‘Se eu soubesse que seriam tantas mortes por Covid-19, teria pressionado mais o governo’, diz Justus

O empresário Roberto Justus fez uma 'mea culpa' por afirmações ditas há mais de um ano sobre o avanço da pandemia no país

Em entrevista ao programa Pânico, da Jovem Pan, nesta terça-feira, 18, o empresário Roberto Justus fez uma ‘mea culpa’ por afirmações ditas há mais de um ano sobre o avanço da pandemia no país. Em um áudio vazado em março de 2020, ele alegou que as maiores consequências da Covid-19 não seriam sentidas na saúde, mas sim na economia. “Fiquei surpreso com a doença porque o nível de contaminação e mortes foi muito maior do que eu imaginava. Eu pensava que seriam, no máximo, 30 mil mortos no país – o que já seria horrível, mas não passou nem perto da minha cabeça que a tragédia tomaria as atuais proporções. Reconheço que fui um dos que tiveram otimismo. No entanto, há motivos que elevaram estes níveis. Votei no governo Bolsonaro para nos livrarmos do PT em 2018, reconheço que há muita coisa boa sendo feita, mas a condução da pandemia em nosso país foi muito ruim. A pandemia escapou de nossas mãos, se eu soubesse que seriam tantas mortes por Covid-19, teria pressionado mais o governo federal para apressá-lo a tomar decisões”, disse Justus. Até o momento, o novo coronavírus infectou 15.627.475 pessoas e provocou 435.751 mortes no Brasil.

Quando a Covid-19 chegou ao país, o empresário se envolveu em polêmicas com o vazemento do áudio enviado ao apresentador Marcos Mion. Na gravação, ele rebate Mion sobre a gravidade do vírus. “Quem entende de estatística vai perceber que o número [de mortos] será irrisório. Aliás, seria bom que pegássemos o vírus porque teríamos anticorpos”, disse na gravação em questão. Justus prosseguiu analisando os impactos econômicos do coronavírus. “Não há uma pessoa que morreu por Covid que não tivesse outras doenças. Nas pessoas saudáveis, zero. E não acontecerá porr* nenhuma se o vírus entrar nas favelas. Essa molecada que tá na favela nem fica doente. A pandemia custará caro. Você verá a humanidade devastada na hora do colapso econômico e da recessão mundial. Não dá para comparar com os danos deste viruszinho, que é uma gripezinha leve para 90% das pessoas”, conclui o áudio de 2020.

Apesar de criticar a condução do governo durante o avanço da Covid-19 no país, o empresário criticou a instalação da CPI da Covid-19. A comissão investiga possíveis omissões do Executivo e eventuais ilegalidades nos repasses de verba aos Estados e municípios durante a pandemia. “Existem tantas prioridades para o Brasil neste momento. Por mais que o governo tenha pecado, não é hora de ver isso. Nos últimos meses, o governo já mostrou que mudou sua postura. Não temos que analisar o que foi feito de errado, agora estamos acertando o caminho. Tudo bem criticar e lamentar, mas uma CPI neste momento é uma perda de tempo”, concluiu.

Confira a entrevista com o empresário Roberto Justus:


Fonte: Jovem Pan

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