Após a filiação do ex-ministro da Justiça e ex-juiz Sergio Moro ao Podemos, o partido recebeu sinalização de aproximação também de outras figuras públicas, como do ex-procurador da República Deltan Dallagnol. Nesta quinta-feira, 25, o general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo, que deixou o governo Bolsonaro tornando-se crítico a ele, se filia à legenda. Em entrevista ao vivo para o Jornal da Manhã, a deputada federal e presidente do Podemos, Renata Abreu comentou a aproximação da legenda a nomes de expressividade e os objetivos para 2022. Ela afirmou que a candidatura de Moro é um caminho sem volta e que, certamente, ele não deverá deixar a cabeça de chapa para compor como vice com outro candidato. “Os números falam por si só, Moro é o único candidato da terceira via que tem dois dígitos. Então não tem lógica nenhuma ele compor com nenhum outro candidato que tenha 1% ou 2%. Isso é tirar da população brasileira a grande possibilidade de ir fora dos extremos”, afirmou Abreu. “A candidatura de Moro, na minha leitura, é irreversível. Ele vai ser candidato à presidência da República, senão ele não teria saído da sua profissão estável para uma convocação de muitos brasileiros que não querem estar nas próximas eleições em nenhum extremo”, pontuou.
“Essa possibilidade [de compor como vice de outro partido] que ele [Moro] sempre fala, é que, se tiver um outro candidato da ‘melhor via’, com maior potencial ou com maior condições do que ele, que ele teria um desprendimento de sair dos extremos para compor, mas, sinceramente, hoje, existe um espaço que ele ocupou da ‘melhor via’, com dois dígitos, que é muito difícil de um outro candidato ocupar, até pelo grau de conhecimento, pela história dele, pelo que ele já fez”, completou a deputada. “Eu vejo que, hoje, no Brasil, temos um campo, eu sempre digo via, de mais de 40% dos eleitores, que não querem nem um e nem outro [Lula ou Bolsonaro], então o grande objetivo é conquistar esses eleitores. E boa parte dos eleitores que se colocam de um lado é anti o outro. Nas nossas pesquisas, dos 24% do Bolsonaro, de 10% a 12% é favor dele, o restante é anti-PT, é anti-Lula. Esse sentimento de ‘anti’ é muito triste. O eleitor gostaria de votar em alguém em que ele acredita e não de votar em alguém porque é ‘anti’ o outro. Essa política do ódio e dos extremos tem gerado consequências preocupantes no Brasil. O que estamos buscando é conquistar esses eleitores para que eles queiram estar com esse candidato da ‘melhor via’ por convicção”, explicou Abreu.
Fonte: Jovem Pan