Agüero x Tuchel: Final da Liga dos Campeões opõe ídolo histórico do City e novo estrategista do Chelsea

Agüero e Tuchel são os personagens principais da decisão da Liga dos Campeões

Neste sábado, 29, acontece a terceira final entre clubes ingleses na história da Liga dos Campeões. Manchester City e Chelsea levam o lado azul da Inglaterra para Porto, em Portugal, em busca do troféu mais cobiçado pelos clubes europeus, a partir das 16 horas (de Brasília), com transmissão da TNT e no Facebook. Em uma temporada de altos e baixos, o Chelsea deu uma alavancada com a chegada do treinador Thomas Tuchel em janeiro, vindo de um PSG vice-campeão da Champions no ano passado. A mudança no comando e os reforços bilionários levaram a equipe de Londres até a sua terceira final do torneio. Do outro lado, o City conseguiu chegar à primeira decisão europeia de sua história depois de uma temporada em que precisou, mais do que nunca, mostrar sua força e seus talentos. Sob a supervisão de Pep Guardiola, os Citizens alcançam o auge no mesmo momento em que dão adeus a um de seus maiores ídolos: Sergio Agüero. A decisão no estádio do Dragão opõe idolatrias recente e antiga. E a Jovem Pan mostra por que Agüero e Tuchel são os verdadeiros personagens dessa partida.

Sergio Agüero

É impossível mensurar o amor que a torcida do Manchester City tem pelo argentino Sergio Agüero. Contratado do Atlético de Madrid em 2011, o atacante se mostrou decisivo desde a primeira partida com a camisa dos Citizens, contra o Swansea City, pela Premier League, em que marcou duas vezes e deu uma assistência na vitória por 4 a 0. Nessa mesma temporada, marcou o gol mais importante de sua carreira: o do título do campeonato nacional, aos 48 minutos do segundo tempo, na vitória por 3 a 2 contra o Queens Park Rangers. O resultado tirou o City da fila de 44 anos. A partir daí, Agüero se tornou um grande ídolo da torcida e continuou a ser decisivo em partidas importantes, mesmo tendo ficado de fora em alguns períodos por lesões. Isso, no entanto, não o impediu de empilhar títulos.

Em dez anos de City, o jogador conquistou 15 taças: cinco do Campeonato Inglês, uma da Copa da Inglaterra, seis da Copa da Liga Inglesa e três da Supercopa da Inglaterra. Maior artilheiro da história do time, com 260 gols, o camisa 10 participou de 389 jogos e é o recordista de ‘hat-tricks’ – três gols no mesmo jogo – no Inglês, com 12. Em sua carreira, Agüero só conquistou títulos internacionais nos tempos de Atlético de Madrid, quando foi campeão da Liga Europa, na temporada 2009/10, e da Supercopa da UEFA, em 2010. Portanto, a única taça que lhe resta a ser conquistada por um clube é a da Liga dos Campeões. Em março deste ano, o atacante anunciou que não renovaria seu contrato e causou grande comoção entre os fãs. No clube, sua passagem foi tão importante que Agüero terá uma estátua em frente ao Etihad Stadium.

Na temporada em que menos atuou no City (apenas 19 vezes), o jogador se despediu em suas redes sociais, agradecendo a todos pelo apoio e se disse “orgulhoso e honrado” pela sua história nesses dez anos. Iniciar a sua trajetória com um título depois de 44 anos e encerrá-la com uma taça inédita seria o desfecho ideal para a relação criada entre Agüero e o clube. Seu próximo desafio deve ser em terras espanholas, ao lado do compadre Lionel Messi, no Barcelona, como deixou “escapar” Guardiola.

Thomas Tuchel

O Chelsea, é verdade, foi o clube que mais investiu em contratações na temporada 2020/21, desembolsando cerca de R$ 1 bilhão para adquirir nomes importantes na campanha da Liga dos Campeões, como os alemães Timo Werner e Kai Havertz, o marroquino Zyiech e o lateral inglês Ben Chilwell. O retorno à decisão do principal torneio da Uefa, porém, está muito ligado a outro reforço: o do técnico Thomas Tuchel. Após mais um começo de temporada com oscilação em Stamford Bridge, a diretoria dos “Blues” decidiu demitir o ídolo Frank Lampard e fechar com o técnico alemão, que estava sem clube após boa passagem pelo Paris Saint-Germain. A mudança foi essencial na postura da equipe, que evoluiu defensivamente de maneira imediata e passou a extrair ainda mais o talento dos jovens.

Assim que chegou ao clube de Londres, em janeiro deste ano, Tuchel alterou radicalmente a forma de a equipe marcar, deixando a linha com quatro jogadores para trás e implantando um sistema com três zagueiros, tendo Thiago Silva como defensor central. O resultado logo surtiu efeito, fazendo com que o Chelsea sofresse apenas três gols nas 14 partidas iniciais do treinador. Arrumando o problema atrás, o alemão também tratou de deixar a equipe letal. Prova disso foi a eficiência do time contra Atlético de Madrid (oitavas de final), Porto (quartas) e Real Madrid (semifinal). Agora, ele chega à sua segunda final consecutiva de Liga dos Campeões, buscando um desfecho diferente. Na temporada passada, seu PSG foi derrotado pelo Bayern de Munique na decisão.

“Chego mais inteligente e experiente na minha segunda final. O mesmo vale para Thiago [Silva, ex-jogador do PSG]. Mas a situação é bem diferente, já que chegamos no ano passado em um torneio em que disputamos duas partidas eliminatórias e depois a final. Isso parece muito diferente porque percorremos um longo caminho. Com o Frank, na fase de grupos. Nas eliminatórias, fizemos seis partidas para chegar, é uma sensação bem diferente”, disse o técnico em entrevista coletiva. “No final, tudo pode acontecer. A sorte tem grande peso, a abordagem mental de quem pode lidar com a pressão. Os pequenos detalhes e a adaptação ao que acontece são muito importantes. Nos ajudou muito a criar laços, crescer e ter autoconfiança”, completou Tuchel.


Fonte: Jovem Pan

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