No PT, é dada como certa a candidatura de Fernando Haddad ao governo de São Paulo. Durante a campanha, o petista enfrentará pelo menos dois oponentes que se mostram competitivos: Rodrigo Garcia (PSDB), sucessor do atual governador João Doria (PSDB), e o ministro Tarcísio de Freitas, apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). Há, ainda, a possibilidade do ex-governador do Estado Márcio França (PSB) manter sua candidatura. Em todas as pesquisas, Haddad aparece na dianteira da corrida pelo Palácio dos Bandeirantes. No último levantamento, realizado pelo Ipespe, o ex-prefeito da capital paulista lidera em todos os cenários em que é citado. O crescimento de Tarcísio, no entanto, acende um alerta para os petistas. Para vencer o candidato de Bolsonaro, o PT apostará na rejeição do presidente no Estado de São Paulo e na aliança firmada entre Lula e Geraldo Alckmin para a disputa pela Presidência da República – o agora ex-tucano foi quem comandou por mais tempo a máquina paulista desde a redemocratização. Em linhas gerais, o Partido dos Trabalhadores quer conquistar os votos de eleitores simpáticos a França e Garcia.
“Eu acho que aquele setor da população que apoia o Bolsonaro em São Paulo vai automaticamente apoiar o Tarcísio. Não espanta para gente que ele tenha um crescimento”, afirmou à Jovem Pan o deputado Carlos Zarattini (PT). “Agora tem um grande contingente de eleitores em São Paulo que não são nem petistas e nem bolsonaristas. É esse grande contingente que o Alckmin vai ajudar a trazer. É gente que poderia votar no Rodrigo Garcia, gente que poderia votar no Márcio França e podemos fazer votar no Alckmin”, explica o parlamentar. Isso depende, porém, de Geraldo Alckmin se filiar a um partido que aceite o ex-governador como vice-presidente de Lula.
O deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), secretário-geral da sigla, diz que o ministro da Infraestrutura não tem muito a oferecer enquanto candidato. “Se esse candidato puder apontar uma ‘pinguela’ que ele tenha construído em São Paulo, algum feito dele, porque me parece que ele não fez nada pelo Estado. Ele passou quatro anos como ministro e nada fez em São Paulo”, critica o parlamentar. “Em segundo lugar, no Estado de São Paulo, o presidente da República tem uma rejeição gigante. Então nós vamos mostrar essa rejeição gigante”, explica.