A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decide neste domingo, 17, se autoriza ou não o uso emergencial de vacinas contra a Covid-19 no país. Os cinco diretores da autarquia se reunirão a partir das 10 horas para análise final e votação dos pedidos de liberação feitos pelo Instituto Butantan e pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Toda a reunião será transmitida online, com previsão para se estender até às 15 horas. A avaliação dos diretores se baseará nos pareceres enviados por três áreas da agência: os setores responsáveis pelo registro de medicamentos, pela certificação de boas práticas de fabricação e pela farmacovigilância de medicamentos, como é chamado o monitoramento do produto no mercado. A relatora dos dois pedidos de uso emergencial em análise, Meiruze Freitas, que também faz parte da diretoria, abrirá a reunião. Depois serão apresentados os pareceres técnicos de cada um dos imunizantes. Após este ponto, a relatora irá ler o seu voto, e os outros quatro diretores também terão que decidir pela aprovação ou rejeição do uso emergencial. A decisão da diretoria é feita por maioria simples, ou seja, de cinco diretores, três votos a favor ou contra definem o resultado. O placar da votação será divulgado somente no final da reunião.
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Esta é a primeira vez que o colegiado se reúne em um domingo. O encontro foi agendado para hoje por ser o penúltimo dia do prazo que a própria Anvisa estabeleceu para apresentar uma decisão. Segundo a autarquia, mais de 50 pessoas participaram das análises dos dados encaminhados pelos centros de pesquisa. A decisão do colegiado começará a valer a partir do momento em que houver comunicação oficial aos laboratórios que fizeram o pedido. O resultado também é publicado no portal da Anvisa e não precisa de publicação no Diário Oficial da União para entrar em vigor. Também será publicado no portal da agência um relatório com as bases técnicas da avaliação sobre a autorização temporária de uso emergencial, em caráter experimental, de cada vacina contra a Covid-19. O uso emergencial é considerado uma etapa experimental e por isso tem valor temporário, até que a vacina receba o registro definitivo no país.
O Brasil possui neste momento aproximadamente 6 milhões de doses, todas da CoronaVac, desenvolvida pelo Butantan em parceria com a farmacêutica Sinovac. As doses foram entregues ao Ministério da Saúde nesta sexta, 15, após determinação do governo federal. A pasta também conta com a entrega de 2 milhões de doses da vacina da Universidade de Oxford com o laboratório AstraZeneca, e representada no país pela Fiocruz. Um avião deveria aterrissar em Congonhas com as doses neste domingo, mas esbarrou na burocracia logística internacional entre os governos dos dois países. Segundo o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), as doses devem ser enviadas ainda no início desta semana. Ainda contando com a entrega das vacinas de Oxford no prazo inicial, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou que a vacinação contra o novo coronavírus terá início em todo o país nesta quarta-feira, 20, a partir das 10 horas. A expectativa é que uma nova data seja anunciada. Ainda não há definição de quantas doses chegarão para cada cidade. A vacinação começará simultaneamente em todos os municípios e as doses serão distribuídas proporcionalmente à população de cada estado. A previsão é de que sejam distribuídas 8 milhões de doses em janeiro e 30 milhões em fevereiro. Já o governador de São Paulo, João Doria(PSDB) disse que a imunização no estado terá início no dia 25 de janeiro — aniversário da capital paulista —, mas que a data pode ser adiantada caso a Anvisa aprove o uso emergencial da vacina.
Fonte: Jovem Pan