A CPI da Covid-19 ouve, nesta quinta-feira, 24, o pesquisador da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e epidemiologista Pedro Hallal e a diretora executiva da Anistia Internacional Brasil e representante do Movimento Alerta, Jurema Werneck. A audiência pública estava prevista para a sexta-feira, 25, mas foi antecipada em um dia. O depoimento de Filipe Martins, assessor da Presidência da República para assuntos internacionais, estava marcado para esta quinta, mas foi adiado. Hallal e Werneck foram convidados a pedido do relator, Renan Calheiros (MDB-AL). Aos senadores, eles devem falar sobre a importância das medidas não farmacológicas no enfrentamento da crise sanitária e dados coletados sobre mortes causadas pela pandemia.
Em coletiva de imprensa na manhã desta quinta-feira, o senador Marcos Rogério (DEM-RO), governista, comentou as suspeitas sobre irregularidades no contrato de compra da Covaxin. O processo de aquisição do imunizante indiano está na mira da comissão – nesta sexta-feira, 25, os senadores vão ouvir o deputado Luís Miranda e seu irmão, Luís Ricardo Mirando, servidor do Ministério da Saúde que afirmou, em depoimento ao Ministério Público Federal (MPF), que sofreu “pressão anormal” para agilizar a importação da vacina. Rogério afirmou que é uma prerrogativa do Ministério da Saúde decidir sobre a manutenção ou não deste contrato. “É uma decisão do Ministério da Saúde se se justifica manter esse contrato. Não foi entregue nenhuma dose, não foi feito pagamento, mas há contrato feito, há empenho que garante a aquisição. Havendo necessidade, interesse público na finalização desse contrato, que se faça. Se a vacina está disponível para a entrega imediata, o Brasil não pode abrir mão de vacina. É isso o que temos debatido o tempo todo no âmbito da CPI. Os mesmos que pregaram isso há pouco tempo atrás, parecem mudar de discurso porque acham conveniente acusar o governo”, disse. Acompanhe a cobertura ao vivo da Jovem Pan:
10:56 – ‘Medidas de isolamento poderiam ter evitado 120 mil mortes’, diz Jurema Werneck
Na conclusão de sua exposição, Jurema Werneck mostrou que se medidas de isolamento tivessem sido adotadas, haveria uma redução de 40% no potencial de transmissão da Covid-19. De acordo com a pesquisadora, coordenadora do Movimento Alerta, isso teria evitado a morte de 120 mil pessoas. Até o momento, o Brasil registrou mais de 507 mil óbitos causados pela doença.
10:49 – ‘Pandemia produziu 305 mil mortes acima do esperado no Brasil’, diz Jurema Werneck
A pesquisadora Jurema Werneck afirmou, em sua fala inicial, que, em um ano, a pandemia produziu 305 mil mortes acima do esperado no Brasil. Ela exibiu um gráfico que analisou 52 semanas desde o início da crise sanitária e comparou o número de óbitos que ocorrem anualmente no país com as causadas pela Covid-19. “São casos de Covid-19, mortes causadas diretamente pela Covid-19 e mortes causadas indiretamente pela presença da pandemia. Ou seja, pessoas que retardaram a busca de ajuda ou buscaram ajuda e o serviço [de saúde] estava sobrecarregado”, explicou.
10:39 – Jurema Werneck inicia sua exposição inicial
Após cerca de 40 minutos de discussões entre os senadores, o senador Omar Aziz (PSD-AM) passou a palavra para Jurema Werneck, representante do Movimento Alerta. Ele terá 15 minutos para sua exposição inicial.
10:14 – Renan Calheiros pede que CPI marque depoimento de Onyx Lorenzoni
O relator da CPI da Covid-19, Renan Calheiros (MDB-AL), pediu ao presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), que seja marcado o depoimento do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni. Em pronunciamento, na noite da quarta-feira, 23, Lorenzoni disse que a Polícia Federal vai investigar o deputado Luís Miranda (DEM-DF) e seu irmão, Luís Ricardo Miranda, servidor do Ministério da Saúde que relatou ao Ministério Público Federal (MPF) ter sofrido “pressão anormal” para agilizar a compra da vacina Covaxin. De acordo com o emedebista, o ministro do governo está coagindo testemunhas. Se ele reincidir, declarou Calheiros, ele pedirá a sua prisão. “Quero expressar a minha mais completa repugnância pela bravata do Onyx Lorenzoni, com despudorada coação de duas testemunhas e desta CPI. Além de uma intromissão indevida de uma investigação de outro Poder, ele comete um crime. É um caso clássico de coação de testemunha e de dificuldade ao avanço da investigação. Não podemos submeter esta CPI, uma instituição da República, expressão do Parlamento, que investiga se era possível evitar parte destas mais de 507 mil vidas perdidas, entendo e peço a Vossa Excelência que possamos avaliar este requerimento hoje mesmo”, disse. “Se esse cidadão continuar a reincidir, não temos outra coisa a fazer senão requisitar a prisão dele”, acrescentou.
10:00 – Omar Aziz abre a sessão
O presidente da CPI da Covid-19, Omar Aziz (PSD-AM), deu início aos trabalhos da quinta-feira, 24. Serão ouvidos Pedro Hallal e Jurema Werneck.