A CPI da Covid-19 retoma, nesta quinta-feira, 20, o depoimento do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello. A oitiva foi iniciada na quarta-feira, mas foi suspensa no fim da tarde, em razão do início da ordem do dia do Senado e do número de senadores inscritos para inquirir o depoente – dos 27 parlamentares que registraram presença, apenas quatro haviam feito perguntas ao general do Exército. Além disso, durante o intervalo, o ex-chefe do Ministério da Saúde passou mal e precisou ser socorrido pelo senador Otto Alencar (PSD-BA), que é médico.
O primeiro dia de depoimento de Pazuello foi marcado por uma série de contradições. À CPI, o ex-ministro da Saúde afirmou que nunca recebeu uma ordem do presidente Jair Bolsonaro para sustar o protocolo de intenção de compra de 46 milhões de doses da CoronaVac, imunizante desenvolvido pelo Instituto Butantan. No entanto, no dia 21 de outubro de 2020, Bolsonaro declarou publicamente que havia mandado cancelar o acerto. “Já mandei cancelar, o presidente sou eu, não abro mão da minha autoridade”, afirmou o chefe do Executivo federal. Um dia depois, em uma live ao lado do presidente, Pazuello deu a notória declaração de que “é simples assim: um manda e o outro obedece”.
Em determinado momento, o ex-ministro da Saúde afirmou que foi informado da iminência da falta de oxigênio em Manaus no dia 10 de janeiro. Porém, há um documento oficial do Ministério da Saúde que contradiz Pazuello e informa que o ex-chefe da pasta soube da crise no Estado no dia 7 de janeiro. O general do Exército também afirmou que não assinou o contrato com a Pfizer porque teria sido orientado por um parecer do Tribunal de Contas da União (TCU). Porém, a versão foi desmentida pelo próprio TCU. Em nota, o órgão afirmou que “em nenhum momento, seus ministros se posicionaram de forma contrária à contratação da empresa Pfizer para o fornecimento de vacinas contra a Covid-19. O Tribunal também não desaconselhou a imediata contratação em razão de eventuais cláusulas contratuais”. Acompanhe a cobertura ao vivo da Jovem Pan:
10:15 – Fechamento de hospital de campanha foi definido pelo governo do Amazonas, diz Pazuello
O ex-ministro da Saúde afirmou que o fechamento do hospital de campanha Nilton Lins foi uma decisão do governador do Estado, Wilson Lima (PSC). Na sequência, o senador Eduardo Braga questionou por que não foi decretada intervenção federal na saúde pública do Amazonas. “Eu fiz carta ao presidente da República”, destacou o senador emedebista. “Essa decisão não era minha. O governador se apresentou à reunião de ministros, se explicou, apresentou suas observações e foi decidido pela não intervenção”, explicou Pazuello.
10:08 – ‘White Martins não foi clara sobre falta de oxigênio’, diz Pazuello
Questionado pelo senador Eduardo Braga sobre quem seria o responsável pela falta de oxigênio em Manaus, o ex-ministro Eduardo Pazuello afirmou que a White Martins, empresa fornecedora do insumo, não foi clara sobre a iminência do colapso. O depoente também afirmou que a Secretaria Estadual de Saúde do Amazonas não apresentou nenhuma medida para evitar a crise sanitária no Estado. “Faltou participação e planejamento por parte da Secretária do Estado, mas Vossa Excelência precisa ser afirmativo, porque foi com toda o Ministério da Saúde para o Estado do Amazonas e não tomaram providências para resolver o problema de oxigênio”, disse Braga.
10:01 – Pazuello é repreendido por discurso inicial
O presidente Omar Aziz repreendeu o ex-ministro Eduardo Pazuello por utilizar o tempo do senador Eduardo Pazuello para fazer um discurso inicial sobre as declarações apresentadas aos parlamentares na sessão da quarta-feira, 19. “O senhor gastou dois minutos e não disse nada”, afirmou Aziz.
09:46 – Omar Aziz abre a sessão desta quinta-feira
O presidente da CPI da Covid-19, Omar Aziz (PSD-AM), abriu os trabalhos desta quinta-feira. Os senadores vão continuar ouvindo o depoimento do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello.