Na abertura da terceira semana de depoimentos, a CPI da Covid-19 ouve, nesta terça-feira, 18, o ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo, que deixou o cargo no fim de março, após intensa pressão das principais lideranças do Congresso Nacional. Entre os membros da comissão, prevalece a avaliação de que as oitivas serão de extrema importância para esclarecer detalhes sobre a atuação do governo do presidente Jair Bolsonaro, sobretudo na compra de vacinas contra o novo coronavírus, a existência de um suposto “gabinete paralelo” de assessoramento do Palácio do Planalto e a insistência no chamado “tratamento precoce”. Além de Araújo, estão marcados para esta semana os depoimentos de Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, e Mayra Pinheiro, secretária da Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, conhecida como “capitã cloroquina”.
O grupo majoritário da CPI, conhecido como G7, formado pelos senadores independentes e de oposição ao governo federal, querem saber quais os impactos causados pelas declarações de Ernesto Araújo e de interlocutores próximos a ele contra a China, principal fornecedora de insumos para a produção de vacinas. Os parlamentares também acreditam que o ex-chanceler poderá explicar qual é o grau de influência do assessor para assuntos internacionais da presidente da República, Filipe Martins – em seu depoimento à comissão, Carlos Murillo, ex-presidente da Pfizer no Brasil, disse que Martins e o vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, participaram de uma reunião com representantes da farmacêutica no Palácio do Planalto. Depois dessa revelação, o senador Humberto Costa (PT-PE) apresentou requerimento para convocá-los.
“[O ponto central do depoimento do ex-chanceler deve ser] A dificuldade que a gestão dele no Ministério das Relações Exteriores criou para o enfrentamento à pandemia, desde as provocações desnecessárias com a China, esse conflito que não tem nenhum sentido, passando pela política subalterna aos interesses do governo Trump, nos Estados Unidos, e pela postura em relação à Organização Mundial de Saúde, que sempre foi de desqualificá-la. O Brasil poderia ter tido uma participação mais incisiva no consórcio da OMS para adquirir vacinas”, disse o petista à Jovem Pan. Acompanhe a cobertura abaixo:
12:47 – ‘Não há nenhuma indicação de que nossa política externa tenha sido responsável pelo atraso de insumos’, diz Ernesto Araújo
O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) listou uma série de ataques feitos pelo governo Bolsonaro à China para questionar o ex-ministro Ernesto Araújo se sua gestão fez “uma boa diplomacia”. “Não há nenhuma indicação de que nada na nossa política externa tenha sido responsável pelo atraso de insumos que houve em janeiro. Agora, em relação ao atraso que ocorre nesse momento, não tenho elementos porque não estou no cargo. O tucano, então, reforçou o questionamento. “Isso é uma boa diplomacia?”, indagou. “A minha diplomacia foi uma boa diplomacia”, acrescentou Araújo.
12:34 – Ernesto admite que pediu a troca do embaixador chinês no Brasil
Questionado pelo senador Humberto Costa se pediu a troca do embaixador chinês no Brasil, Yang Wanming, Ernesto Araújo disse que sim. “Escrevi ao chanceler da China com queixas sobre atuação do embaixador em nome das boas relações Brasil-China”.
12:25 – Kátia Abreu: ‘O senhor é um negacionista compulsivo, omisso. Foi a bússola que nos direcionou para o caos’
A senadora Kátia Abreu utilizou os seus 15 minutos de fala para criticar, de forma contundente, a gestão de Ernesto Araújo à frente do Ministério das Relações Exteriores. A parlamentar afirmou que o ex-chanceler é “um negacionista compulsivo, omisso” e foi “a bússola que nos direcionou para o caos, para um iceberg e para o naufrágio da política externa brasileira”. “O senhor apoiou o ataque ao diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom. Estamos nas mãos dessa criatura, que aglutina um consórcio para vacinar países pobres e em desenvolvimento. A China foi atacada, Tedros Adhanom foi atacado, o governo Biden [presidente dos Estados Unidos], também. Hoje estamos nas mãos dessas pessoas que o senhor ajudou a atacar com tanta força. O senhor deve desculpas ao país. É um negacionista compulsivo, omisso. Foi uma bússuola que nos direcionou para o caos, para um iceberg, para um naufrágio da política externa brasileira. Isso é voz unânime de seus colegas. O senhor não só colocou o Brasil como pária, foi muito pior: o senhor colocou o Brasil na posição de irrelevância. E eu não aceito que isso aconteça. O maior vexame que já passamos na vida foi a cúpula dos líderes para o Clima, de 22 de abril. O presidente Joe Biden levanta-se da cadeira e deixa o presidente brasileiro falando sozinho. Ele deixa claro: não tenho nada para ouvir do Brasil”, disse Abreu.
12:14 – ‘O senhor, de fato, é um homem muito ousado e corajoso’, ironiza Kátia Abreu
Crítica ferrenha da gestão de Ernesto Araújo, a senadora Kátia Abreu elencou diversas declarações do ex-ministro das Relações Exteriores contra a China, países da América Latina, da Europa e dos BRICs, bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. “O senhor, de fato, é um homem muito ousado, corajoso. Em algum momento o senhor se lembrou de que estava lançando ao mar todo o trabalho de anos da diplomacia brasileira? E esse comentários que vossa senhoria fez [contra a China], acha que isso colaborou na compra de vacinas, no combate à pandemia? Foram palavras ao vento? Diziam que a diplomacia do PT era preconceituosa. Até acreditei em alguns momentos. Mas, e agora, o que estamos vivendo? Preconceito? Ideologia? Livre mercado, livre iniciativa, sem preconceitos e sem reparar nos sistemas de governo que não nos dizem respeito? O que nos diz respeito é a defesa do nosso país, e a defesa do nosso país é a defesa do emprego. O emprego vem, também, com o aumento das nossas exportações”, disse.
12:07 – ‘O senhor tem memória seletiva, para não dizer leviana’, diz Kátia Abreu
Crítica da gestão de Ernesto Araújo no Ministério das Relações Exteriores, a senadora Kátia Abreu subiu o tom contra o ex-ministro. “Talvez o senhor tenha memória seletiva, para não dizer leviana. O senhor não se lembra de nada que importa e do que ocorreu efetivamente, mas se lembra de questões mínimas, supérfluas, e não verdadeiras, como está fazendo aqui a todo momento. É como se existisse um Ernesto que fala conosco e outro, que não sei onde fica, nas redes, nos blogs, falando coisas totalmente diferentes. Estou confusa. Não sei qual personalidade devemos considerar. O senhor mostra o mundo cor de rosa. O comércio do Brasil aumentou, a despeito do senhor”, disse.
12:03 – ‘Estamos atrás dos membros do governo federal que permitiram um número exorbitante de óbitos’, diz Kátia Abreu
Pivô da demissão de Ernesto Araújo, a senadora Kátia Abreu ironizou as cobranças feitas pela base governista para que a CPI da Covid-19 investigue supostos esquemas de corrupção em Estados e municípios. “Quero descobrir, antes de mais nada, quem foram os responsáveis pela morte dos brasileiros e dos tocantinenses. Não estamos acusando o governo federal de corrupção. Estamos atrás dos membros do governo fedral que permitiram um número exorbitante de óbitos, os 26 milhões de desempregados, as empresas que estão fechando, a economia no chão. Tudo isso é um complexo que precisa ser responsabilizado”, disse.
11:54 – ‘Temos omissões graves na compra de vacinas, o que significa mais pessoas doentes e mais mortes’, diz senador
Suplente da CPI da Covid-19, o senador Alessandro Vieira foi ao Twitter criticar “o show de ilusionismo da defesa do governo” – depois dos questionamentos feitos pelo relator, senador Renan Calheiros, fala, agora, o senador Marcos Rogério, parlamentar governista. “Já começou o show de ilusionismo da defesa do governo. Dá para resumir em “e o PT?” e “só estamos discutindo cloroquina…”. Para quem ainda não entendeu: estamos apurando neste momento se o governo fez o possível para defender vidas brasileiras. E até o momento a resposta é não. Temos omissões graves na compra de vacinas, o que significa mais pessoas doentes e mais mortes. Temos a opção obtusa por remédios ineficazes e boicote à redução de circulação, gerando maior exposição e contaminação, isto é, mais mortes. Não adianta gritar mentiras, são os fatos”, escreveu Vieira em suas redes sociais.
Já começou o show de ilusionismo da defesa do governo. Dá para resumir em “e o PT?” e “só estamos discutindo cloroquina…”. Para quem ainda não entendeu: estamos apurando neste momento se o governo fez o possível para defender vidas brasileiras. E até o momento a resposta é NÃO.
— Senador Alessandro Vieira (@Sen_Alessandro) May 18, 2021
11:40 – ‘Ninguém do governo me procurou para tratar sobre vacina da Pfizer’
Ernesto Araújo disse que não foi procurado por “ninguém do governo” para tratar da aquisição de vacinas da Pfizer, mesmo tendo admitido que o embaixador do Brasil em Washington, Nestor Forster, havia recebido a carta da farmacêutica endereçada às autoridades brasileiras. “A que o senhor atribui o grande atraso na resposta à oferta de vacinas da Pfizer?”, questionou Renan Calheiros (MDB-AL). “Não tenho conhecimento do que possa ter motivado”, disse o ex-ministro. “Mas como? O senhor era ministro das Relações Exteriores. O seu embaixador recebeu a carta. A Pfizer comunicou, nesta CPI, que não houve resposta do governo. Nem contra e nem a favor. O Ministério não sabia disso depois de ter sido comunicado pelo próprio embaixador? Ninguém do governo o procurou para tratar dessa questão?”, indagou o emedebista. “Não. Ninguém do governo me procurou”, afirmou Araújo.
11:34 – ‘Ouvi tese do imunidade de rebanho do ex-ministro e deputado Osmar Terra’, diz Ernesto Araújo
Questionado pelo relator da CPI, senador Renan Calheiros, sobre a defesa da tese da imunidade de rebanho, o ex-ministro Ernesto Araújo disse não se recordar de ter ouvido nada sobre o tema em reuniões no Planalto, mas ressaltou que a teoria é defendida pelo ex-ministro da Cidadania, Osmar Terra. “Ouvi essa tese, originalmente, por parte do ex-ministro e deputado Osmar Terra, que mencionava e continua mencionando. Não tenho condições científicas de avaliar sua validade”, disse.
11:13 – Ernesto Araújo: Opção por adesão mínima ao consórcio Covax foi decisão do Ministério da Saúde
O ex-ministro das Relações Exteriores afirmou que a opção pela adesão mínima (10%) do Brasil ao consórcio Covax Facility foi uma decisão do Ministério da Saúde. “Nunca fui contrário à adesão”, disse Araújo ao senador Renan Calheiros. “Essa decisão não foi minha, foi decisão do Ministério da Saúde, dentro de sua estratégia de vacinação. Não conheço os fundamentos técnicos”, acrescentou. O governo Bolsonaro tinha a opção de solicitar doses suficientes para vacinar de 10% a 50% da população, mas preferiu a menor cota.
11:09- ‘Orientei posição contrária à OMS’, diz Ernesto Araújo
O relator da CPI da Covid, Renan Calheiros, citou ao ex-ministro que o Brasil foi o único país a “embarcar na campanha de Trump contra a OMS” e perguntou de quem partiu esta orientação. “Partiu de mim a orientação de agir nesse sentido”, disse Ernesto Araújo. “Naquele momento, interpretei que poderia ser uma aprovação de todo o comportamento da OMS até ali, um comportamento que tinha sido problemático. A OMS voltou atrás em orientações, percepções, isso está documentado”, explicou.
11:01 – ‘Bolsonaro pediu apoio para importação de insumos para cloroquina’, diz Ernesto Araújo
O ex-ministro das Relações Exteriores afirmou que o presidente Jair Bolsonaro pediu “apoio” para importação de insumos necessários para a produção da cloroquina. O medicamente, defendido por integrantes do governo federal, não tem eficácia no tratamento da Covid-19. Em outro momento, Araújo afirmou que Brasil buscou cloroquina no mercado internacional a pedido do Ministério da Saúde.
10:44 – Aziz ironiza declarações de Araújo: ‘Presidente Bolsonaro foi injusto ao pedir sua carta de demissão’
Diante da insistência do ex-ministro Ernesto Araújo em dizer que não criou atritos com a China, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), ironizou: “Então, uma das maiores injustiças do presidente Bolsonaro foi pedir sua carta de demissão. Foi uma injustiça muito grande. Vossa Excelência, realmente, não teve nenhum atrito [com a China]”. “Não dá para permitir que nossos ouvidos aqui e aquilo que a gente assistiu passe em branco”, acrescentou Aziz.
10:40 – ‘Vossa Excelência está faltando com a verdade’, diz Aziz a Araújo
O presidente da CPI da Covid-19, Omar Aziz (PSD-AM), cobrou o ex-ministro Ernesto Araújo sobre suas declarações contra a China. Aziz citou um artigo intitulado “Chegou o comunavírus”, publicado em seu blog pessoal. “Quero alertá-lo que o senhor está sob juramento. Vossa Excelência deu várias declarações anti-China, se indispôs com o embaixador chinês. O senhor escreve um artigo e escreve ‘comunavírus’. Há pouco, disse que não houve nenhuma declaração. Posso ler o seu artigo. O senhor faz uma alusão, erroneamente, de que a pandemia era para ressuscitar o comunismo. Na minha análise pessoal, Vossa Excelência está faltando com a verdade. Peço que não faça isso, porque isso está escrito no seu Twitter, escreveu artigos sobre isso. Se isso não é se indispor com um país com quem temos relação comercial muito importante, então não entendo como se faz relações internacionais. Chegar aqui e desmerecer o que já praticou, dizer que nunca se indispôs com a China, Vossa Excelência está faltando com a verdade. Se quiser, leio alguns trechos do que escreveu. Vossa excelência até bateu boca com o embaixador chinês. Nega aquilo que escreveu, aí não dá”, disse Aziz.
10:20 – Ernesto Araújo: ‘Jamais promovi nenhum atrito com a China’
“Jamais promovi nenhum atrito com a China”, disse o ex-ministro Ernesto Araújo à CPI da Covid-19. Entretanto, em seu blog pessoal, o então chanceler denunciou, em abril de 2020, a existência de um “plano comunista” que tiraria proveito da pandemia. O texto é intitulado “Chegou o comunavírus”.
10:12 – Ministério das Relações Exteriores seguiu orientações do Ministério da Saúde, diz ex-ministro
O senador Renan Calheiros questionou Ernesto Araújo sobre o que o Itamaraty fez “concretamente” para aquisição de vacinas. O ex-ministro das Relações Exteriores afirmou que sua pasta nunca agiu de forma independente, mas com orientação do Ministério da Saúde.
10:09 – Ernesto Araújo diz que deixou o cargo por atritos com o Senado
O ex-chanceler afirmou que não deixou o cargo por dificuldades na aquisição de vacinas, mas por “dificuldades de relações com o Senado”. “O presidente me manifestou que havia surgido, a partir de determinados fatos, dificuldades que poderiam dificultar relações com Senado e pediu que colocasse o cargo à disposição, o que eu fiz”, disse.
10:03 – Gestão de Ernesto Araújo foi marcada por ‘polêmicas’ e ‘quebra de posições tradicionais da diplomacia’, diz Renan Calheiros
No início de suas perguntas, o relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou que a gestão de Ernesto Araújo à frente do Ministério das Relações Exteriores foi marcada por “polêmicas” e “quebra de posições tradicionais da diplomacia brasileira”. “Nem mesmo na pandemia suas posições mudaram, o que pode, evidentemente, ter trazido sérias consequências à saúde da população brasileira”, disse.
09:59- Kátia Abreu vai à CPI da Covid para questionar Ernesto Araújo
A senadora Kátia Abreu (PP-TO) será a representante da bancada feminina na sessão desta terça-feira, 18. A parlamentar esteve envolvida no episódio central da crise envolvendo Ernesto Araújo e o Congresso. Na véspera de seu pedido de demissão, o então chanceler foi ao Twitter insinuar que a pressão feita pelos parlamentares por sua saída estaria relacionada aos interesses de senadores na licitação da tecnologia 5G, que deve ocorrer neste ano. Em um série de dois tuítes, o chanceler relatou uma reunião com a senadora, atual presidente da Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado, na qual ela teria pedido um “gesto em relação ao 5G”. Diante da repercussão, Kátia Abreu emitiu uma nota, na qual chamou Araújo de “marginal”. Em um vídeo divulgado há pouco em suas redes sociais, a caminho da CPI, disse: “Que Deus tenha piedade desta alma”.
Bom dia! Todos ligados na TV Senado? Estou chegando à CPI da Covid, para ouvir o ex-ministro de Relações Exteriores Ernesto Araújo. pic.twitter.com/1BcWcQXSvn
— Kátia Abreu (@KatiaAbreu) May 18, 2021
09:48 – Atuação do Itamaraty não “criou percalços” no combate à pandemia
O ex-ministro Ernesto Araújo afirmou, em sua exposição inicial, que sua gestão à frente do Ministério das Relações Exteriores não “criou percalços” no combate à pandemia do novo coronavírus.
09:38 – Marcos do Val sugere troca na relatoria da CPI da Covid-19
O senador Marcos do Val (Podemos-ES), suplente da CPI da Covid-19, propôs uma troca na relatoria da comissão: Renan Calheiros (MDB-AL) pelo vice-presidente, Randolfe Rodrigues (Rede-AP). O parlamentar do Podemos disse que Rodrigues seria um relator “menos passional” e “menos agressivo” em relação aos depoentes. Marcos do Val também citou que convocados têm procurado o Supremo Tribunal Federal para pleitear o direito de ficar em silêncio. O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM) disse que “é bom a gente ver algumas pessoas pedirem auxílio do Supremo”. “Até outro dia queriam tacar fogo no supremo, fechar o STF. Agora estão atrás, pedindo auxílio para que possam chegar aqui e ficarem calados”, afirmou Aziz.
09:23 – Começa a sessão desta terça-feira
O presidente da CPI da Covid-19, Omar Aziz (PSD-AM), abre os trabalhos desta terça-feira. Em breve, será ouvido o ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo.