Na tarde da última quinta-feira, 25, o Podemos, que já tem a filiação do ex-ministro Sergio Moro, que atualmente é pré-candidato à presidência da República pela legenda, recebeu também a filiação do ex-ministro da Secretaria de Governo general Santos Cruz. O partido também anunciou que o ex-procurador da República Deltan Dallagnol também vai se filiar à legenda no próximo. Em entrevista ao vivo ao Jornal da Manhã nesta sexta-feira, 26, o líder do Podemos no Senado Federal, o senador Alvaro Dias, comentou a força agregada pelos novos filiados. Ele destacou que, apesar de Moro ter um desgaste com parte dos políticos, pelas criminalizações feitas na Lava Jato, que ele deverá ter governabilidade em um possível governo, caso consiga vencer Lula e Bolsonaro em 2022.
“Sergio Moro não criminalizou a política, criminalizou os bandidos, os corruptos. Se é bandido e corrupto tem que ser criminalizado. A política não é só crime, existe o crime, mas nós esperamos que esteja na exceção à regra. Em relação à governabilidade, eu nunca vi um presidente da República ter dificuldades no Congresso. A verdade é que só tiveram dificuldades quando o povo foi para as ruas, no impeachment do Collor e no da Dilma. Mas, de resto, o Congresso sempre é governista. O que tem ocorrido e que é deplorável, é que alguns presidentes preferiram comprar [apoio] ao invés de convencer. É possível convencer, mas dá mais trabalho. Precisa ter credibilidade, precisa ter habilidade política, precisa ser bom comunicador. 50% de gestão, 50% de comunicação. É preciso ter bons projetos e ter boa comunicação com a sociedade. É preciso conquistar o apoio da sociedade primeiro e depois vai para o Congresso. O Congresso não rema contra a correnteza de opinião pública. Por isso que eu acredito que, ao chegar ao poder, mesmo com esse desgaste em relação a parte da classe política, [Moro] terá amplas condições de convencer o Congresso de que o Brasil está em primeiro lugar”, afirmou Alvaro Dias.
Sobre o crescimento de Moro nas pesquisas de intenção de votos, aparecendo com mais de dois dígitos percentuais, e a possibilidade de outros partidos abandonarem candidaturas próprias e apoiarem a do Podemos, o senador afirmou que o ponto mais importante é que o projeto de país da legenda não seja alterado nas formações de alianças. Ele destacou ainda que, caso as alianças não sejam possíveis, o povo brasileiro deverá escolher um candidato de terceira via que tenha mais potencial, que para ele é Moro. “Há necessidade de uma avaliação sobre o potencial de cada postulante. Isso facilitaria a convergência. Nós respeitamos as ambições legítimas, sabemos que é muito difícil uma convergência, eliminando ambições, interesses partidários localizados, mas se os políticos não fizerem a convergência, a população fará utilizando o chamado voto útil. Nós estamos abertos a alianças a um projeto que está sendo ainda elaborado. Primeiramente é preciso ouvir, ouvir seguimentos da sociedade, ouvir lideranças da sociedade, entidades, instituições, associações, especialistas nas várias áreas para montagem desse projeto e depois evidentemente escolher aquele que tem mais potencial para verbalizá-lo. E nós temos a noção clara de quem tem mais potencial é Sergio Moro”, disse.
Para Dias, a importância do apoio de outros partidos à candidatura de Moro se dá principalmente pela soma do tempo de rádio e televisão para propaganda eleitoral, um espaço que considera necessário para a divulgação do projeto de país que o partido Podemos vem elaborando. “Não posso aqui falar em nome do candidato, mas eu particularmente priorizo o projeto, ou seja, a imagem. Nós temos um projeto, ele será submetido aos partidos. Aqueles que concordarem com ele serão bem-vindos numa aliança. Há conversas com o Partido Novo, Cidadania, com o União Brasil, mas são conversas preliminares. Nós temos que ter paciência porque as convenções ocorrem no final do mês de julho, então temos um bom tempo, e, obviamente, os partidos também avaliam o desempenho do candidato. Mas o que é fundamental para nós é que a aliança não comprometa o projeto, não traga poluição ou contaminação a um projeto que tem que ter clareza, liquidez e tem que ser representação de uma imagem, de um conceito que possa ser assimilado, esse conceito, pela opinião pública”.
Fonte: Jovem Pan