No dia 8 de setembro, horas depois do presidente Jair Bolsonaro dizer que não cumpriria decisões judiciais do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a quem chamou de “canalha”, a Executiva Nacional do PSDB anunciou que o partido faria oposição ao governo federal. Menos de dois meses depois, a maioria da bancada tucana na Câmara dos Deputados votou com o Palácio do Planalto e contribuiu para a aprovação, em primeiro turno, da PEC dos Precatórios. Dos 31 parlamentares, 22 foram favoráveis à proposta que altera a regra do teto de gastos, adia o pagamento de dívidas reconhecidas pela Justiça e abre espaço fiscal para o pagamento do Auxílio Brasil até o final de 2022. No início da madrugada desta quinta-feira, 4, o plenário aprovou a matéria por 312 votos a 144, quatro a mais do que o necessário.
O PSDB orientou o voto “sim”. A título de comparação, o MDB, partido dos líderes do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (PE), e no Congresso, Eduardo Gomes (TO), orientou “não”. Dos 33 emedebistas na Câmara, apenas 10 foram a favor da PEC. Entre os tucanos, porém, apenas os seis deputados paulistas votaram contra o governo federal: Bruna Furlan, Carlos Sampaio, Eduardo Cury, Samuel Moreira, Vanderlei Macris e Vitor Lippi. O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), já havia se manifestado contra o teor da proposta. Outros três membros, Tereza Nelma (PSDB-AL), Danilo Forte (PSDB-CE) e Beto Pereira (PSDB-MS), se ausentaram. Candidato do partido à Presidência da República nas eleições de 2014, o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) votou a favor da PEC. Aliado do líder do PSDB na Câmara, Rodrigo de Castro (PSDB-MG), o mineiro ainda mantém grande influência na bancada federal.
Fonte: Jovem Pan