O pré-candidato ao governo de São Paulo pelo PSB Márcio França e o irmão dele, Claudio França, que é médico, foram alvos da operação Raio X, da Polícia Civil, na última quarta-feira, 5, que investiga um esquema de desvio de recursos mediante contratos superfaturados para gestões de unidades de saúde. Ao todo, foram expedidos 34 mandados de busca e apreensão para as regiões de Araçatuba, Bauru, Baixada Santista, Campinas e Presidente Prudente, além da capital paulista. A Secretaria de Segurança Pública (SSP-SP) informou que a investigação tramita em segredo de justiça e que, por enquanto, não pode passar detalhes para não atrapalhar as investigações. França acredita que essa operação foi direcionada e orquestrada pelos adversários políticos. “Essa não é uma operação policial e nem judicial. Contra mim, ela é apenas uma operação política. Eu estou há 40 anos na vida pública. Estou acostumado com injustiça. O Brasil está cansado de injustiça. E é por isso que eu a vocês: quem tem calça apertada e coração ‘intranquilo’ já sabe que vai ter que me encontrar nas urnas. Não adianta tentar forjar outras coisas, porque mentira tem perna curta”, afirmou França. A operação Raio X, que começou em 2020, já levou à condenação pelo menos 11 pessoas.
A operação repercutiu no meio político. Fernando Haddad (PT) usou as redes sociais para defender o colega: “Nada contra investigar políticos, muito pelo contrário. O problema é o espetáculo extemporâneo. Não devemos abdicar do princípio de presunção da inocência. Minha solidariedade ao Márcio França e família. Reputação é obra de uma vida. Espero que tudo se esclareça o quanto antes”. Quem também defendeu França foi o pré-candidato à presidência da República Ciro Gomes (PDT), que recentemente também foi alvo de uma operação, mas da Polícia Federal. “Caro Márcio França, vivemos tempos estranhos neste país, quando o jogo dos interesses políticos atropela normas e códigos. Conte com a minha solidariedade”, escreveu.
O também ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (sem partido), que deixou o PSDB por divergência política, também defendeu França. Alckmin disse: “Quero prestar minha solidariedade ao amigo Márcio França. Confio em sua reputação e na sua postura. Seu espírito público e sua dedicação nesses anos todos são notórios e louváveis”. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se pronunciou na internet. “Nossa Constituição é clara sobre a presunção de inocência. Que se investigue tudo, mas com direito de defesa e sem espetáculos midiáticos desnecessários contra adversários políticos em anos eleitorais. Minha solidariedade a Márcio França”, escreveu Lula. O presidente do PSB, Carlos Siqueira, disse que essa operação é infundada.
Fonte: Jovem Pan