AstraZeneca ou vacina de Oxford? Mesmo imunizante contra a Covid-19 pode ter nomes diferentes; entenda qual é qual

Enfermeira preparando dose da vacina da AstraZeneca para imunizar idosa em Manaus

Pouco mais de um ano depois do início da pandemia, com produções em tempo recorde, os brasileiros têm mais de uma vacina disponível no Plano Nacional de Imunização para conter a Covid-19. A nomenclatura delas, porém, é plural e pode confundir. Hoje, vacinas como a desenvolvida pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, pode ser chamada por outros três nomes diferentes. A do laboratório chinês Sinovac, envasada no Brasil pelo Instituto Butantan, também. Isso ocorre porque a corrida para produzir os imunizantes contra o novo coronavírus em tempo recorde ao redor do mundo fez com que uma série de empresas farmacêuticas, grandes laboratórios e até mesmo universidades se juntassem em busca de uma fórmula efetiva para conter a doença. Na hora de batizar as doses salvadoras, todos quiseram ser lembrados. “Logo no início da pandemia, a estratégia foi acelerar o processo para a produção de vacinas a partir de conhecimentos pré-existentes e estudos realizados para desenvolver vacinas contra outros coronavírus. Foi o que aconteceu, por exemplo, com Oxford, que já vinha desenvolvendo uma linha de pesquisa para vacinas baseadas em adenovírus, e fez a substituição do antígeno pelo antígeno Sars-Cov-2. A AstraZeneca se interessou em investir no desenvolvimento da vacina e a parceria foi então estabelecida”, explica a pesquisadora da vacina em spray do Instituto do Coração em São Paulo (InCor), Keity Souza Santos.

Além da aceleração do processo, a parceria entre universidades e a indústria ocorre como uma forma de aproveitar os equipamentos de custo elevado. As empresas que fabricam a vacina geralmente não têm estrutura tão boa quanto os institutos de pesquisa para fazer ensaios pré-clínicos, toxicológicos e clínicos, o que costuma ser feito pelas instituições de ensino, que encaminham os resultados para a fabricação em larga escala. “Para a indústria, sai mais barato financiar uma pesquisa na universidade que usará o equipamento e o material em várias outras pesquisas do que ela se auto financiar e o equipamento e material ser mal aproveitado”, explica o também pesquisador do InCor, Marco Antonio Stephano.

Com a divisão já confusa entre as farmacêuticas e os laboratórios internacionais, ao chegar no Brasil ou em outros países, a vacina pode receber um nome comercial ou ganhar o nome do novo laboratório local que tem a função de fazer o envase. A escolha depende das legislações farmacêuticas locais. Aqui, até o momento, o Instituto Butantan e a Fiocruz são os únicos laboratórios que incluíram a chancela nas vacinas. No exterior, com a mesma fórmula da Universidade de Oxford, um laboratório indiano produziu a “Covishield”. No fim das contas, todos os imunizantes são iguais. “A vacinas envasadas no Brasil ou na Índia têm que ser exatamente iguais, se não isso vai caracterizar outra vacina. O primeiro paradigma da biotecnologia é: o produto é igual ao processo. Se o processo mudou, o produto mudou”, pontua Santos. Para evitar confusão, confira, abaixo, as variações de nomes que as mesmas vacinas podem ter no Brasil.

Vacina de Oxford: AstraZeneca; Bio-Manguinhos/Fiocruz; Covishield

Desenvolvida em uma parceria entre a Universidade de Oxford e a empresa farmacêutica britânica AstraZeneca, a vacina tem o “nome científico” de AZD1222. Ela teve o uso aprovado no Brasil de forma emergencial no dia 17 de janeiro e é produzida nacionalmente com a tecnologia europeia nos laboratórios da Bio-Manguinhos, que faz parte da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), nomes que podem aparecer em cartões de vacinação estaduais. Além da Fiocruz, os laboratórios do Serum Institute, na Índia, também produzem o imunizante com a tecnologia europeia. No país asiático, que chegou a exportar doses para o Brasil, o imunizante ganhou o nome de “Covishield”. Na Coreia do Sul, o laboratório Bioscience também produz a vacina. No país, porém, a nomenclatura dela é ligada à marca da AstraZeneca.


Fonte: Jovem Pan

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