Em um ano atípico para o esporte, com a paralisação de jogos e treinos devido à pandemia da Covid-19, o futebol feminino registrou mudanças importantes. Depois de assistirem ao recorde de transmissão da Copa do Mundo de 2019 na França, os brasileiros passaram a dar mais atenção aos times femininos e acompanhar com afinco os torneios. A final do Campeonato Brasileiro de 2020 foi transmitida por rádio, televisão aberta e internet. O Twitter registrou o triplo de audiência durante a competição nacional em relação ao ano passado (5 milhões de pessoas assistiram a pelo menos um jogo do Brasileirão 2020 contra cerca de 1,5 milhão de espectadores em 2019). Quem está neste meio há bastante tempo acredita que o balanço é positivo e vê um cenário animador pela frente. “Tínhamos muita expectativa para este ano, principalmente depois da Copa do Mundo, do interesse das pessoas em conhecer mais a seleção brasileira e a chegada de uma treinadora renomada [Pia Sundhage]. Mas veio a pandemia e frustrou muito os planos. Porém, acredito que a gente fecha o ano com um saldo muito positivo. Acho que estamos em uma crescente. Não vejo mais como a modalidade retroceder. Daqui para a frente, é só conquistas”, acredita Roberta Nina, uma das idealizadoras do blog Dibradoras, que faz sucesso nas redes sociais com a cobertura do futebol de mulheres.
Muito do reconhecimento e da grande audiência da modalidade veio de cima. Em setembro, logo depois que as competições foram retomadas após a parada provocada pela pandemia, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) apresentou as ex-jogadoras Aline Pellegrino e Duda Luizelli como coordenadoras de competições femininas e da seleção brasileira, respectivamente. Incluir mulheres no quadro da modalidade era um pedido antigo e passou o recado de que a entidade máxima do futebol nacional olharia com mais carinho para as meninas. Depois disso, a CBF igualou o pagamento de treinos para homens e mulheres, colocou as fases finais do Brasileirão em grandes estádios e anunciou o uniforme próprio da seleção feminina pela primeira vez na história.
Fonte: Jovem Pan