Bernardinho surpreendeu a comunidade do vôlei ao pedir demissão da seleção francesa há cerca de duas semanas. Contratado para tentar levar a França ao bicampeonato olímpico na Paris-2024, o treinador entregou o cargo e se dispôs a encontrar um substituto para os europeus. Na manhã desta quarta-feira, 6, no entanto, o técnico brasileiro explicou que tomou a decisão para se dedicar aos cuidados de sua filha, que está sofrendo com o término da relação do pai com a mãe, a ex-jogadora Fernanda Venturini – após 25 anos juntos, eles anunciaram a separação em 2020.
“Desde meu divórcio, a situação tem sido um pouco difícil com minhas duas filhas. A mais nova [de 12 anos] sofreu com a separação. Psicologicamente, ela estava mal. Discutimos, mas percebi que não podia deixá-la sozinha”, afirmou em entrevista ao jornal francês “L’Equipe”. “A decisão foi a mais difícil da minha vida. Não é fácil abandonar um projeto tão bonito, tão especial. Estavam à vista os Jogos Olímpicos de Paris, com um grande grupo de jogadores”, acrescentou o treinador, um dos nomes mais conhecidos do vôlei brasileiro. Com a seleção masculina, o técnico ganhou dois ouros olímpicos (2004 e 2016), duas pratas (2008 e 2012) e três títulos mundiais (2002, 2006 e 2010), além de oito Ligas Mundiais. Antes, com a feminina, ele havia conquistado dois bronzes olímpicos: nos Jogos de Atlanta, em 1996, e de Sydney, em 2000.