O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, nomeou Kamala Harris para lidar com a questão da crise migratória. A vice-presidente vai supervisionar as ações diplomáticas do país relacionadas à fronteira com o México. Nesta semana, membros do alto escalão do governo viajaram para tentar desenvolver um plano de ação com Honduras, Guatemala, El salvador e o México. Segundo Biden, a indicação de Kamala aconteceu por acreditar que é a pessoa mais qualificada para viabilizar as estratégias e conter o aumento da imigração. A vice-presidente afirmou que irá tratar a questão de acordo com os valores americanos, de forma justa e humana, mas não nega que terá muito trabalho pela frente.
O professor e coordenador do curso de relações internacionais da FMU, Manuel Furriela, concorda que a missão de controlar a imigração ilegal no país não será fácil para os democratas. “Você tem uma situação de muita atenção, se o governo não foi hábil, muito hábil em lidar com essa situação, vai sim virar uma crise e você vai ter nas portas dos Estados Unidos um número gigantesco de pessoas buscando cruzar a fronteira. E somado com a pandemia, onde aglomeração é um problema vamos ter uma crise, inclusive pelo coronavírus”, avaliou. O professor acredita ainda que o discurso de Biden se opondo à forma com que Donald Trump tratava os imigrantes dá margem para que as pessoas entendam que podem entrar no país com facilidade. Segundo Furriela, a pandemia também contribui para o aumento do fluxo migratório. “A pandemia ela não se tornou um fator de redução de circulação de pessoas, o que diminuiria esse fluxo. Ela teve um efeito contrário, por causa desse desespero e pelas condições econômicas de países vizinhos pela Covid-19, aumentou a necessidade das pessoas de buscarem alternativas melhores”, disse. Segundo dados do governo, o número de detenções na fronteira entre Estados Unidos e México quase dobrou nos últimos cinco meses em comparação ao mesmo período do ano passado. Apenas em fevereiro, 100 mil pessoas tentaram entrar no país, sendo quase 10 mil crianças desacompanhadas.
Fonte: Jovem Pan