Em meio a discussão da possibilidade do voto impresso que tem ganhado força dentro do Congresso Nacional, o presidente Jair Bolsonaro na quinta-feira, 18, mais uma vez, defendeu a necessidade da mudança já nas eleições do ano que vem. Ele criticou duramente o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luis Roberto Barroso, que tem reafirmado que a urna eletrônica é segura. Bolsonaro tem dito que venceu as eleições em primeiro turno em 2018 e ainda afirmou, na quinta-feira, que o deputado Aécio Neves (PSDB) teria vencido as eleições 2014, quando a ex-presidente Dilma Rousseff foi reeleita. Ele alertou que uma possível fraude nas eleições do ano que vem pode gerar violência no país. “Vamos respeitar o parlamento brasileiro. E, caso contrário, teremos dúvidas nas eleições. E podemos ter um problema seríssimo no Brasil. Pode um lado ou outro não aceitar, criar uma convulsão no Brasil. Ou a preocupação dele [Barroso] é outra? É voltar aí aquele cidadão, o presidiário, a comandar o Brasil?”, disse o chefe do Executivo em referência ao ex-presidente Lula. Em uma crítica direta ao STF, o presidente Bolsonaro afirmou também que toda a discussão passa pela tentativa de tirá-lo do poder e garantir uma vitória do petista. “Se tira o presidiário da cadeia, ato contínuo, torna-o elegível para não ser presidente? Eu não tenho preocupação nenhuma. Não sei se vou concorrer a eleição do ano que vem, irei decidir mais tarde. Agora, não podemos ter eleições onde a desconfiança aparece”, completou.
O presidente confirmou na quinta-feira que está praticamente certa a filiação dele ao Patriotas. Mas admitiu que ainda existem alguns detalhes que precisam ser definidos. A expectativa é de que pelo menos 30 parlamentares do PSL acompanhem Bolsonaro. O problema é que o PSL se tornou um partido grande que deverá ter no ano que vem cerca de R$ 5 milhões de reais pra financiar as campanhas. Enquanto o patriota é um partido pequeno. “Eu vou ter que ter um partido, né? E eu já teria resolvido esse assunto, mas tem que ser muito bem conversado. A organização partidária é muito complicada, os partidos geralmente têm dono. Mas está bastante avançada a ida minha para o partido, um partido pequeno. Nesse partido meu, o fundo partidário é lá embaixo. Tempo de televisão é de 25 segundos”, apontou. O presidente explicou que, para ele, essa questão de tempo de televisão não faz muita diferença, uma vez que na avalia o presidente esse tipo de campanha vem perdendo espaço. Mas ele admite que para outros candidatos essa ajuda seria importante. Bolsonaro, no entanto, admitiu que pretende garantir 2022 um apoio grande no Senado Federal, onde, segundo ele, as principais questões acabam sendo definidas. Ao ser perguntado sobre a mobilização de partidos políticos pra garantir uma terceira via nas eleições presidenciais, Bolsonaro colocou em dúvida essa possibilidade e ressaltou que dificilmente uma candidatura como essa deve decolar.
*Com informações da repórter Luciana Verdolin