O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) comentou na manhã desta quarta-feira, 10, sobre vídeo em que o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Luís Roberto Barroso, em uma conversa informal, afirma que “eleição não se vence, se toma”. O material, que foi gravado no dia 9 de junho e circula nas redes sociais desde terça-feira, 10, leva o logo da TV Câmara. Após a fala, Barroso questiona se a equipe está gravando. “Está com som?”, pergunta o ministro. Em conversa com os apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada, nesta manhã, o presidente citou indiretamente o conteúdo do vídeo. “A gente vê um cidadão andando pelos corredores da Câmara, repetindo exatamente o que falou José Dirceu”, disse o chefe do Executivo. A fala de Bolsonaro faz referência ao episódio em que o ex-ministro-chefe da Casa Civil durante o governo Lula, José Dirceu, declarou que, se o petista não vencesse as eleições de 2018, eles “tomariam o poder”.
Em entrevista ao El País em 2018, Dirceu foi perguntado sobre a possibilidade de o PT ganhar essas eleições e “não levar”. Em resposta, o ex-ministro afirmou achar “improvável” que isso ocorresse. “Acho improvável que o Brasil caminhará para um desastre total. Na comunidade internacional isso não vai ser aceito. E, dentro do país, é uma questão de tempo para a gente tomar o poder. Aí nós vamos tomar o poder, que é diferente de ganhar uma eleição”, declarou na época. Em seguida, Dirceu defendeu que sua fala foi tirada de contexto, mas reconheceu que a declaração foi “infeliz”. “Foi infeliz porque dá condições para se explorar, como se existisse uma coisa que é ganhar a eleição, e existisse outra coisa que é ganhar o poder. Não é isso que eu quis dizer. Eu estava respondendo no caso de golpe de Estado. No caso de golpe de Estado não tem mais eleição”, justificou o ex-ministro em entrevista coletiva em São Luís do Maranhão. Dirceu ainda completou que jamais defenderia tal ideia.
Fonte: Jovem Pan