Bolsonaro diz que variante Ômicron ‘não matou ninguém’ e é ‘bem-vinda’ no Brasil; infectologista rebate

Presidente Jair Bolsonaro (PL)

O presidente Jair Bolsonaro (PL) alegou que a variante Ômicron do novo coronavírus não tem matado ninguém e que o registro de óbito em Goiás já confirmado como em decorrência de infecção pela Ômicron seria de uma pessoa que já tinha problemas seríssimos. “Ômicron não tem matado ninguém. O que morreu aqui em Goiás não foi de Ômicron, na verdade foi com Ômicron, não foi de Ômicron, ele já tinha problema seríssimos, em especial nos pulmões, acabou falecendo. Agora, a Ômicron, que já espalhou pelo mundo todo, as próprias pessoas que entendem de verdade dizem que ela tem uma capacidade de se divulgar, de difundir, muito grande, mas de letalidade muito pequena. Dizem até que seria o ‘vírus vacinal’. Dizem até, segundo algumas pessoas estudiosas e sérias e não vinculadas a farmacêuticas, dizem que é bem-vinda, que pode sinalizar o fim da pandemia. A imunidade de rebanho é uma realidade. A pessoa que se imuniza com o vírus tem muito mais anticorpos que aquela que se imuniza com vacina. E querem dizer, daqui a pouco, ‘se não fosse esse último lockdown, ia ser uma desgraça aqui no meu Estado e no Brasil’. Essa não é a realidade, é uma questão que está politizada, mas alguns governadores não tem coragem de discutir esse assunto”, comentou.

O infectologista Renato Kfouri lamentou a declaração do presidente e disse que não há evidência científica de que a variante Ômicron da Covid-19 simbolize o fim da pandemia. “Mais uma lamentável fala do nosso presidente, que coloca a doença como algo natural, como a imunidade de rebanho, uma doença que leva a mortes como algo possível, uma doença hoje prevenível, a gente não pode pensar que a doença é uma vacina”, criticou. Bolsonaro determinou ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, a divulgação de casos de efeitos colaterais causados por imunizantes. A hipótese de que a variante represente o declínio da pandemia é um dos cenários avaliados por epidemiologistas, mas não o único. Eles destacam que vírus ainda pode sofrer muitas mutações e não se sabe se elas tornarão a doença mais ou menos grave.


Fonte: Jovem Pan

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