A Câmara Municipal de São Paulo e Ministério Público compartilharam dados na investigação da Prevent Senior. Vereadores membros da comissão parlamentar de inquérito se reuniram com promotores de justiça na sede do MP na última terça-feira, 19. Nesse momento, após o início da CPI da Prevent Senior na capital paulista, o foco tem sido o volume de mortes e possíveis subnotificações em relação à Covid-19. O vereador Antonio Donato (PT), presidente da CPI na Câmara, ressalta que a Vigilância Sanitária de São Paulo apontou alta incidência de morte na Prevent Senior. “A média de mortes nos hospitais da Prevent foi de 40% em 2020 e 35% em 2021, para casos de Covid-19 com internações”, afirmou. O relatório final, com a finalização dos trabalhos da CPI, também será encaminhado ao MP.
A jornalista Roberta Alvarenga compareceu ao Ministério Público para entregar o ‘kit covid’ recebido por seus pais, enviado pela operadora de Saúde. Ela garante que ambos não tiveram a doença, mas que o kit chegou a sua residência após uma teleconsulta, sem qualquer exame, em abril de 2020. “A consulta foi feita no dia 13 de abril e o kit covid foi recebido 20 dias depois, com a data da prescrição do médico que veio dentro do kit emitida em 11 de abril”, conta. O promotor Everton Zanella, da força tarefa do Ministério Público, considera o kit uma prova da distribuição indiscriminada dos remédios pela Prevent Senior. “Tem hidroxicloroquina e azitromicina e nós estamos com esse kit. Ele é importante para verificar que ele existia. A formalização é o kit, com identificação da empresa, do paciente e a medicação”, afirma. O Ministério Público e a Câmara de São Paulo têm recebido denúncias e já começaram a ouvir o relato das pessoas. Depois médicos e diretores da Prevent Senior serão chamados. Ambas as esferas reforçam que a operadora tem mais de 500 mil segurados e a intenção não é interromper os serviços, mas analisar a conduta da empresa na pandemia e as práticas atuais para garantir a segurança aos clientes.
Fonte: Jovem Pan