A campanha da Sociedade Brasileira de Imunizações junto com a Pfizer, chamada “Crie + proteção”, quer conscientizar pacientes com doenças crônicas para a importância de manter em dia o calendário de vacinação. A intenção é desmistificar a ideia de que aqueles que tem uma condição de saúde com cuidados especiais não possam tomar vacinas. Pelo contrário, essas pessoas muitas vezes tem, inclusive, um esquema vacinal diferenciado, como observa a médica infectologista Ana Paula Burian. “Por exemplo, uma pessoa saudável adulta recebe no posto de saúde três doses da vacina contra hepatite B com 1 ml. O paciente imunodeprimido, oncológico ou renal crônico, precisa de um esquema de quatro doses com 2 ml. Então não só quando a vacina é diferente, mas também quando é a mesma vacina em esquema diferente de doses ou de volume.” Ana Paula é coordenadora do Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais de Vitória, no Espirito Santo.
Em todos brasil são 52 unidades destes centros chamados Crie, que oferecem vacinas pelo SUS para grupos especiais. O serviço, infelizmente, é pouco conhecido no país. É o que mostrou uma pesquisa encomendada pela Pfizer ao IPEC (Inteligência em Pesquisa e Consultoria). 76% dos entrevistados nunca tinham ouvido falar da rede Crie. Os resultados também trazem um panorama da relação entre vacina e grupo de risco. 32% das pessoas responderam desconhecer se doentes crônicos precisam ser vacinados. 68% daqueles que relataram ter um diagnostico de doença crônica disseram que não receberam qualquer recomendação medica para vacinas. E ainda: 21% têm medo de se vacinar. Isabella Ballalai, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, alerta para muitas vacinas que estão com coberturas insatisfatórias no Brasil, como é o caso do sarampo que voltou a circular. E isso impacta na população de doentes crônicos. “Uma pessoa com câncer ou que acabou de fazer um transplante responde menos à vacina. E, por isso, essa proteção coletiva vai permitir que também haja uma proteção indireta para elas. Com as coberturas vacinais que a gente está hoje, o risco desse paciente especial aumenta mais ainda”, explica Isabella. Pessoas com comorbidades estão na lista de prioridades da vacinação da Covid-19. Esse grupo, inclusive, já foi atendido pelo Plano Nacional de Operacionalização do Ministério da Saúde. O público é estimado em todo pais em 17 milhões de pessoas. A ação Crie + proteção segue até o final de setembro.
*Com informações da repórter Carolina Abelin
Fonte: Jovem Pan