O senador Carlos Portinho (PL-RJ) conseguiu 28 assinaturas, uma a mais do que o necessário, para a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre as obras inacabadas durante os governos do Partido dos Trabalhadores (PT). O objetivo do pedido, segundo o parlamentar, é investigar a existência de 2 mil obras inacabadas e a aplicação dos recursos do Ministério da Educação de 2006 a 2018. “São duas mil obras inacabadas, são creches, escolas, universidades. Milhares de dormitórios prontos para receber os alunos e não tem estrada de acesso por quê? Mais de 15 anos, deve ser corrupção. A grande maioria, não tenho a menor dúvida. É uma vergonha”, afirmou o senador, durante entrevista concedida ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, nesta quarta-feira, 13.
Portinho negou que a CPI seja uma retaliação à iniciativa do senador Randolfe Rodrigues de buscar assinaturas para uma comissão a respeito das recentes denúncias no MEC. Segundo ele, “só quem despreza 2 mil obras inacabadas no país” poderia cogitar o uso político do colegiado. “[A CPI de Randolfe] trata de assuntos que já estão sendo investigados pela Polícia Federal que já foram requentados. O próprio fato de pastores, ministros, o próprio ministro denunciou o abuso de acessos à CGU, a questão dos ônibus. É só narrativa, nunca houve pagamento”, reforçou. Mesmo defendendo a criação da comissão parlamentar para investigar as obras paradas envolvendo a Educação, Carlos Portinho reconhece que a instalação da CPI pode acontecer apenas após as eleições de outubro.
“Tem que seguir uma fila. Sei que a CPI das obras é a terceira na fila e tem que caber em um cronograma prejudicado. Então, talvez a CPI fique para após as eleições”, reconheceu. “O momento certo é que a fila ande e a gente possa, inclusive, concluir as CPIs abertas”, completou. Questionado se o colegiado também vai investigar outras obras anunciadas no governo atual e que não estariam completas, o senador negou e disse que “não faria sentido”. “A gente deve investigar obras de mandados passados por razão simples: são obras há 15 anos, 7 anos. As obras deste governo têm um tempo de execução. Uma obra de escola ou universidade não é construída em dois anos. Querer colocar no período que nem foi completado uma investigação não faz sentido”, concluiu.