Quando os trabalhos da CPI da Covid-19 foram retomados depois do recesso parlamentar, os senadores traçaram um cronograma que previa o encerramento da comissão no dia 16 de setembro. Nos últimos dias, porém, o surgimento de novos personagens embaralhou os rumos do colegiado. Enquanto mantém em seu radar o caso da empresa VTCLog, que tem contratos com o Ministério da Saúde, e a atuação de Marconny Albernaz Faria, lobista da Precisa Medicamentos que tem relação com pessoas próximas ao presidente Jair Bolsonaro, a cúpula do colegiado ainda não chegou a um consenso sobre os próximos e derradeiros passos da investigação.
Na semana do dia 7 de setembro, não haverá depoimentos na comissão, mas a cúpula já definiu as próximas oitivas: o advogado Marcos Tolentino, o lobista Marconny Faria e a advogada de Bolsonaro, Karina Kufa, serão ouvidos, respectivamente, nos dias 14, 15 e 16 de setembro. Tolentino é apontado como sócio oculto do FIB Bank, que emitiu uma carta-fiança de R$ 80,7 milhões como garantia para a Precisa Medicamentos no acordo firmado para a aquisição de 20 milhões de doses da vacina Covaxin. O nome de Faria aparece em uma troca de mensagens que cria a “arquitetura da fraude” a uma licitação para a compra de testes de Covid-19 a fim de beneficiar a Precisa. A advogada, por sua vez, promoveu um jantar em sua casa que contou com a presença do lobista e do ex-diretor de um órgão ligado à Anvisa, José Ricardo Santana, outro personagem envolvido no passo-a-passo criado para fraudar o certame.
Fonte: Jovem Pan