Centrão e oposição votaram juntos para garantir Fundo Eleitoral de R$ 5,7 bilhões

Em 2018, o valor do Fundo Eleitoral foi de R$ 1,7 bilhões

A votação do Congresso Nacional que derrubou o veto do presidente Jair Bolsonaro e restaurou o valor de até R$ 5,7 bilhões para o Fundo Eleitoral uniu siglas independentes do Centrão, que dão sustentação ao governo federal, e parte dos partidos de oposição. Na Câmara dos Deputados, o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2022 foi aprovado com 278 votos favoráveis e 145 contrários. No Senado, foram 40 votos a favor e 33 contrários. No Partido Liberal (PL), legenda do chefe do Executivo federal, 30 dos 31 deputados da bancada votaram para garantir um valor três vezes maior do que o disponibilizado para o pleito de 2018. Na sessão que derrubou o veto, o líder do PL na Câmara, Wellington Roberto (PB), se manifestou pela derrubada do veto de Bolsonaro. “Sabemos que não fazemos eleição sem recurso. Já que não temos o direito de benefícios privados, vamos votar e orientar o voto não”, disse. No senado, o líder da bancada liberal, senador Carlos Portinho (RJ), seguiu raciocínio semelhante. “O financiamento público foi o meio escolhido depois de tanta corrupção que o financiamento privado gerou. Só tem essas duas formas”, afirmou.

O presidente Jair Bolsonaro criticou o aumento do Fundo Eleitoral, mas, na prática, irá se beneficiar da derrubada. Quando vetou a proposta, o mandatário do país não estava filiado a nenhum partido político. Agora, ele é um dos quadros do PL. Em 2018, a legenda comandada por Valdemar Costa Neto, preso e condenado no escândalo do Mensalão, recebeu mais de R$ 113 milhões do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Para 2022, a expectativa é que a sigla receba aproximadamente R$ 340 milhões. O aumento do Fundo Eleitoral também contou com o apoio de parte dos partidos de oposição. Líder da minoria na Câmara, o deputado José Guimarães, do PT, orientou o voto a favor da derrubada do veto. “A votação é entre aqueles que defendem o financiamento público e aqueles que defendem o financiamento privado. Por isso, o voto da minoria é não”, disse. O senador Paulo Rocha (PT-PA), líder dos petistas no Senado afirmou que, historicamente, a sigla sempre defendeu o financiamento público das campanhas. Ele ressalvou, porém, que “o tamanho do fundo é outra discussão”.


Fonte: Jovem Pan

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