Cerca de 22% dos médicos que trabalharam no início da pandemia apresentaram sintomas de depressão

Entre os motivos que adoecem os médicos, estão a preocupação de infectar familiares e mudanças regulares no processo de trabalho

Uma pesquisa analisou a saúde mental de profissionais da saúde de 11 países da América Latina. O relatório aponta que entre 14% e  22% dos entrevistados em 2020, primeiro ano da pandemia do coronavírus, apresentaram sintomas consistentes de depressão e que 15% admitiram ter pensado em suicídio. Segundo o departamento de Doenças Não Transmissíveis e Saúde Mental da Organização Pan-Americana de Saúde, com o aumento da carga de trabalho e o colapso do sistema de saúde, os trabalhadores não suportaram e tiveram um grande impacto na saúde mental. Foram entrevistados 14.502 profissionais. À frente desses estudos estavam acadêmicos e pesquisadores de diversas instituições dos 11 países. Eles conseguiram identificar os principais motivos que adoecem esses profissionais. E entre esses fatores estão: preocupação com infecção dos próprios parentes, os conflitos com familiares dos pacientes que estão sob os seus cuidados e as mudanças regulares no processo de trabalho.

Outras condições foram mencionadas: condução das instituições de saúde e dos governos no combate à Covid-19, o apoio dos colegas e questões espirituais e religiosas. Quando os médicos ficavam frustrados com a situação, a saúde mental deles sofria e, então, surgia o estresse, a ansiedade e a depressão. Essas observações também são feitas por psiquiatras brasileiros, como explica o médico Primo Paganini. “Os profissionais da mais da área da saúde apresentam um aumento de depressão, ansiedade, medo, frustração, transtorno de estresse pós-traumático, transtorno obsessivo compulsivo, irritabilidade, insônia e abuso de substâncias, principalmente álcool e tabagismo”, aponta Paganini.


Fonte: Jovem Pan

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