Questionado pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Covid-19, sobre as denúncias de irregularidades envolvendo a compra de 20 milhões de doses da vacina Covaxin, o ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, admitiu que a apuração do órgão identificou que a Precisa Medicamentos fraudou um documento apresentado ao Ministério da Saúde. “Por que, então, a CGU considerou o contrato regular, se já havia identificado fraudes na procuração?”, questionou o emedebista. “Ninguém pode ser condenado de pronto, temos uma coisa chamada devido processo legal”, respondeu o depoente. Diante da afirmação de Rosário, os membros da comissão passaram a apontar omissão na conduta do titular do órgão.
A fraude nos documentos foi revelada pela rádio CBN e confirmada pela Jovem Pan. No dia 23 de julho, a Bharat anunciou o encerramento de seu contrato com a Precisa Medicamentos e negou a autenticidade dos documentos enviados pela empresa brasileira ao Ministério da Saúde. Aos senadores, Wagner Rosário afirmou que determinou que a CGU fizesse uma auditoria no processo da compra da Covaxin no dia 22 de junho deste ano – ele pretendia concluir esta apuração em um prazo de 10 dias. Ele ressaltou que o processo ainda não foi finalizado, mas, segundo a sua versão, não foi detectado sobrepreço ou superfaturamento. Os parlamentares relembraram que o presidente Jair Bolsonaro foi informado das irregularidades no dia 20 de março, em uma reunião com o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) e seu irmão, Luis Ricardo Miranda, chefe de Importação do Ministério da Saúde, no Palácio da Alvorada.
Fonte: Jovem Pan