A Agência Estatal de Meteorologia (Aemet) das Ilhas Canárias informou nesta quarta-feira, 22, que trabalha com a possibilidade de que uma chuva ácida atinja as regiões mais montanhosas do arquipélago nas próximas horas como decorrência da fuligem e dos gases emitidos pelo vulcão Cumbre Vieja, em erupção na ilha de La Palma desde o último domingo, 19. O porta-voz da Aemet, Rubén del Campo, afirmou que a princípio as chuvas devem ser fracas e dispersas, já que não há previsão de precipitações fortes na região. Ele também apontou a possibilidade de que o fenômeno alcance parte da Península Ibérica entre a quinta e a sexta-feira. Neste período, as emissões de dióxido de enxofre do vulcão devem atingir a costa da Europa com maior intensidade. Uma projeção feita pelo sistema de satélites Copérnico, da União Europeia (UE), mostra que a substância, considerada “altamente tóxica”, deve chegar às costas do Marrocos e da Tunísia, à área mediterrânea da costa da Espanha, da Sicília e da Sardenha. A depender do avanço das emissões, ela também pode atingir França, Argélia e Líbia.
De acordo com dados da própria Aemet, nesta terça-feira, 21, o dióxido de enxofre atingiu picos de até 20 partes por bilhão, valor considerado 400 vezes acima do normal para a região. Ainda assim, o órgão afirmou que a saúde de quem está na região não está em risco. O governo das Ilhas Canárias orientou que todos os moradores mantenham portas e janelas fechadas e evitem sair de casa por causa da fuligem. Até o momento, seis mil pessoas foram retiradas de casa enquanto a lava avançava em direção ao mar. Um levantamento do governo espanhol mostrou que até o momento mais de 160 casas foram destruídas pela lava, que está a menos de 3 quilômetros de distância do mar. O Serviço Geológico dos Estados Unidos afirmou que explosões e ondas de água fervente podem ser registradas com o encontro do material vulcânico com a água salgada. Por causa disso, a maior parte da região marítima em torno da ilha foi evacuada.
Fonte: Jovem Pan