Tem mais gente morando dentro de prédios do que de casas na cidade de São Paulo. É o que revela uma pesquisa feita pelo Centro de Estudos da Metrópole. Ela aponta que, nos últimos 20 anos, o crescimento de imóveis residenciais horizontais – ou seja, as casas – foi de 12%, passando de 1,2 milhão, em 2000, para 1,3 milhão em 2020. Já a alta de imóveis residenciais verticais foi de 80%, indo de 767 mil unidades para 1,3 milhão durante o mesmo período. O pesquisador do Centro de Estudos da Metrópole e condutor do estudo, Guilherme Minarelli explica que a mudança, que é inédita no município, tem lados positivos e negativos. “É uma tendência de longo prazo de mudança do padrão do estoque residencial da cidade. É uma verticalização que não é nem boa, nem ruim. Ela não é negativa, nem positiva. Por um lado, ela pode sobrecarregar a infraestrutura fazendo com que haja uma densidade excessiva em algumas partes da cidade, em alguns territórios. Por outro lado, ela pode estar gerando uma cidade mais compacta, que aproveita melhor seus espaços com melhores condições urbanas”, disse.
Pela primeira vez, o prédio mais alto de São Paulo não está localizado no Centro, mas sim no Tatuapé, na Zona Leste. A inauguração do Platina 220, quem tem 172 metros e 50 andares, mostra a verticalização de tradicional bairro paulistano. Guilherme Minarelli destaca o significativo crescimento dos imóveis verticais de padrão médio e alto. “A gente sai de um padrão predominantemente horizontal baixo e médio, então casas de padrão baixa e médio que predominavam, e passamos para um predomínio de verticais, de apartamentos de médio padrão e um crescimento de verticais de alto padrão também. A gente vê uma tendência nisso de uma certa elitização”, relata. Houve, ainda, queda no número de terrenos livres, com a incorporação de novos empreendimentos, passando de 140 mil para 106 mil em 20 anos.
Fonte: Jovem Pan