Ciro Gomes fala em ‘ato inconstitucional BolsoBraga’ mais violento que AI-5

Em vídeo postado nas redes sociais, Ciro foi irônico e afirmou que a democracia brasileira está sob ameaça

O candidato do PDT à presidência, Ciro Gomes, diz que a pressão do ministro da Defesa, Walter Braga Netto, pela aprovação do voto impresso não é apenas uma ameaça à eleição de 2022. Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, o militar teria mandado um recado ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, exigindo que o processo eleitoral seja alterado — senão não haveria pleito no ano que vem. Ciro Gomes diz que a mensagem é macabra e implica na volta da ditadura, com o fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal. Em vídeo postado nas redes sociais, Ciro foi irônico e afirmou que a democracia brasileira está sob ameaça de Bolsonaro e de Braga Netto.

“O genial Luís Fernando Veríssimo precisa ressuscitar a velhinha de Taubaté. Só ela acreditaria que o general Braga Netto não mandou uma ameaça ao Congresso dizendo que não haveriam eleições no próximo ano caso não fosse aprovada a introdução do voto impresso. Vamos deixar de eufemismo. O general não estava ameaçando apenas as eleições. Na mensagem macabra, estava implícito o fechamento do Congresso, do Supremo e de todas as instituições livres. Era, simplesmente, a volta da ditadura.” Ciro classificou a declaração de Braga Netto como um “Ato Institucional BolsoBraga”, mais violento que o AI-5 — marco da ditadura militar no país.

“O Ato Institucional BolsoBraga chegaria de chofre. Queria ser, como Rei Momo, primeiro e único! Mesmo que tudo não passasse de fanfarronice, típica de quem se acostumou durante a ocupação militar no Rio a enfrentar milícias, é simplesmente inconcebível que, no Brasil do século XXI, um general tenha tamanha petulância. A ameaça de golpe BolsoBraga, aparentemente, deu com os burros n’água. Ou será que nós, pobres burros inocentes, não estamos entendendo bem as coisas?” As supostas ameaças do ministro da Defesa já geraram quatro pedidos de investigação no Supremo Tribunal Federal.

A primeira ação é de autoria do advogado Ronan Botelho, inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil do Paraná, que pede uma liminar para que Braga Netto seja obrigado a explicar suas declarações. As outras petições são de parlamentares, que reclamam: ameaçar a democracia é uma prática “corriqueira” do ministro da Defesa. Eles dizem ainda que, desde que assumiu o cargo, Braga Netto foi o responsável por aumentar a frequência de crises militares no país. Defendido pelo presidente Jair Bolsonaro, o voto impresso está em análise na comissão especial da Câmara. O Palácio do Planalto alega que o sistema da urna eletrônica é passível de fraude, mas nunca apresentou provas de qualquer irregularidade. A proposta será analisada após o recesso parlamentar em agosto.

*Com informações da repórter Letícia Santini 


Fonte: Jovem Pan

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