O governo federal começa a pagar, em abril, a prorrogação do auxílio emergencial. O benefício, que chegou a ser de R$ 600 em 2020, agora será de R$250 para famílias com mais de uma pessoa ou R$ 375 para aquelas em que apenas mulheres são provedoras. No caso de pessoas sozinhas, o valor cai para R$ 150. Os novos pagamentos serão feitos até julho. O auxílio ficou suspenso por quatro meses; mesmo com a volta do benefício, no entanto, um estudo divulgado pelo Insper aponta que o valor não é suficiente para cobrir as necessidades básicas dos beneficiários em nenhum dos Estados do Brasil.
Na comunidade de Olaria, no Extremo Sul de São Paulo, a situação não é diferente. Com o avanço da pandemia e os empregos cada vez mais escassos, a vida continua difícil. A cozinheira Deise Silva Praça dos Santos e o marido estão vivendo de bicos e doações há meses; ela conta que além da falta de alimentos, também não há como se prevenir corretamente da Covid-19. “Praticamente todas as famílias estão presas dentro do barraco, que é um calor terrível. Quando chove é enchente, a gente fica dentro d’água, não temos assistência nenhuma do governo. Nós estamos precisando de auxílio, álcool gel, essas coisas, sabe?”
O cenário é parecido na casa da vizinha, Cristiane Nunes de Macedo, que mora com seis familiares. Por lá, todo mundo está desempregado, e o pouco que compartilham vem da aposentadoria da mãe. “Na minha geladeira tem água, ovo e salada. O que mais está faltando para a gente é absolutamente tudo, o básico que era fácil a gente ter, arroz e feijão, está faltando dentro das casas”, relata. Olaria conta com quase 3 mil famílias. A líder comunitária do local, Regina Célia, tenta conseguir alimentos e produtos de higiene para todos. “Essa pandemia veio para destruir. Todo dia tem pessoas na frente na minha casa pedindo cestas básicas e não temos para doar”, disse.
Fonte: Jovem Pan