Nas últimas semanas, profissionais da saúde tem notado um aumento expressivo na busca por testes que avaliam a presença de anticorpos contra o coronavírus no organismo. O interesse por esses exames está diretamente relacionado ao avanço da vacinação no país. Após tomarem as duas doses do imunizante, as pessoas querem saber se estão efetivamente protegidas contra a Covid-19. A infectologista e professor da Unicamp, Raquel Stucchi indica que ainda não há uma precisão adequada. “Do ponto médico e de interpretação dos exames, não tem indicação e não tem o que fazer com o resultado, porque a intepretação do resultado é muito difícil. Não há indicação de revacinação para quem não tiver respostas ou não tiver o anticorpo presente. Então é absolutamente desnecessário, mas pode ser que daqui três meses tenhamos definição qual anticorpo que é bom, que nível dele que é bom, o que ele indicaria. Mas, no momento, não temos.”
O diretor do Comitê Técnico de Análises Clínicas da Abramed, Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica, Alex Galoro aponta que a indústria está desenvolvendo testes mais aprimorados para preencher esta lacuna. “A testagem sorológica após a vacina é o principal forma de você ter uma confirmação da resposta imunológica da pessoa depois de ter sido vacinada. A gente tem dois tipos de testes, dois tipos de resposta à vacina, que é resposta sorológica onde a pessoa desenvolve anticorpos, essa é a principal. E você pode ter também a resposta celular, que aí atreves de liberação de mediadores inflamatórios, tudo que a célula faz essa respostas que hoje a gente ainda não tem um teste específico para medir esse tipo de respostas, mas que já está sendo desenvolvido”, explicou. A medição de anticorpos pós-vacinais não muda em nada as recomendações de cuidados e prevenção durante a pandemia.
*Com informações do repórter Daniel Lian