A ausência do presidente Jair Bolsonaro (PL), que está na Rússia em viagem diplomática, deixou o caminho livre para os principais concorrentes em fechar acordos políticos. O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), pode mudar de legenda para sair candidato à presidência da República pelo PSD, de Gilberto Kassab. Mas, para isso acontecer, o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), teria que deixar a intenção de disputar o Palácio do Planalto pelo partido. Leite perdeu as prévias do PSDB para João Doria (PSDB) e ainda precisa renunciar o mandato de governador do Estado do Rio Grande do Sul até o dia 2 de abril. Kassab já abriu caminho para o sulista. Com isso, a possível ida de Geraldo Alckmin (sem partido) ao PSD ainda está em análise. O ex-governador de São Paulo está aguardando as conversas entre os partidos para saber se vai se filiar ao PSB ou ao PSD. Aos interlocutores, Alckmin disse que vai apoiar Fernando Haddad (PT) ao governo do Estado de São Paulo.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deixou claro, em uma entrevista a uma rádio de Curitiba, que aguarda somente o posicionamento de Alckmin: “Se for para o Alckmin ser meu vice, aquilo que vai facilitar a possibilidade de ganhar e governar, eu, sinceramente, não vejo nenhum problema de ter o Alckmin como meu vice”, disse. O partido dos trabalhadores espera fechar um acordo com o PSOL nos próximos dias. A Executiva Nacional do PSOL considera apoiar o Lula no primeiro turno das eleições. Para isso, criou condições com uma lista de prioridades. O líder do PSOL, Guilherme Boulos, listou algumas, como: a revogação das reformas trabalhista e da previdência, além do teto de gastos; criar financiamento à transição energética; um novo modelo de desenvolvimento; desmatamento zero da Amazônia; e a garantia a segurança dos indígenas e quilombolas; o compromisso de uma reforma tributária justa.
Além disso, o PT mira fragilizar dois candidatos de uma só vez, Sergio Moro (Podemos) e Jair Bolsonaro (PL). Para isso, está tentando firmar um acordo com o centrão, união de partidos que hoje apoia o presidente Bolsonaro. Existe uma expectativa de debandada de deputados do centrão que apoiam a cartilha de Lula. Hoje, o partido Republicanos, base do centrão, vive um racha interno, metade apoia Bolsonaro e a outra metade apoia a chegada de Lula. Enquanto isso, o PDT de Ciro Gomes tenta se aproximar do PSD de Kassab. Quem está isolado neste momento é o PSDB de João Doria. O acordo mais visível da legenda pode acontecer com o MDB de Simone Tebet, uma aliança dos dois candidatos ainda não foi descartada.
*Com informações do repórter Maicon Mendes