Na semana em que o Brasil deve ultrapassar a marca das 600 mil mortes causadas pelo coronavírus, a CPI da Covid-19 quer avançar no caso envolvendo a Prevent Senior. Em um dossiê enviado à comissão, ao qual a Jovem Pan teve acesso, a operadora de saúde é acusada de utilizar “cobaias humanas” para testar medicamentos do chamado “kit-Covid”, ocultar mortes de pessoas que foram submetidas a este tipo de procedimento e orientar os profissionais a não avisarem os pacientes que estariam recebendo estes fármacos. Os parlamentares também querem esclarecer se houve financiamento para a disseminação de notícias falsas sobre a pandemia.
Nesta terça-feira, 28, os senadores vão ouvir a advogada Bruna Morato, que representa os 12 médicos e ex-médicos da Prevent Senior que elaboraram o dossiê. À reportagem, ela afirmou que dirá “a verdade” que ouviu dos profissionais de saúde que trabalham ou trabalhavam na empresa. Como a Jovem Pan mostrou, a advogada enviou um áudio aos senadores da CPI informando que a Prevent Senior demitiu quatro médicos, entre eles um dos clientes da profissional. “Ele [Pedro Batista, diretor-executivo] disse que a instituição deu autonomia e que, se aconteceram mortes, a culpa é dos médicos. E saíram de lá demitindo médicos”, diz na gravação.
Para a quarta-feira, 29, está prevista a oitiva do empresário bolsonarista Luciano Hang. A ida do dono da rede de lojas da Havan não é consenso entre os senadores – o assunto será tratado em uma reunião da cúpula da comissão na casa do senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente do colegiado, na noite desta segunda-feira, 27. O principal defensor da presença do apoiador do presidente Jair Bolsonaro é o relator, Renan Calheiros (MDB-AL). O emedebista avalia que Hang pode esclarecer detalhes sobre o financiamento e a disseminação de notícias falsas sobre a pandemia do novo coronavírus. Ele também deve ser questionado sobre o atestado de óbito de sua mãe, Regina Hang. Segundo um dossiê enviado por 12 médicos e ex-médicos da Prevent Senior à CPI, ao qual a Jovem Pan teve acesso, o documento foi fraudado.
Fonte: Jovem Pan