Com pandemia perdendo força, especialistas alertam para importância de vacinação contra o HPV

Vacinação é gratuita para meninos e meninas até 14 anos

Com a pandemia entrando na fase mais branda, a pedagoga Janaina Bormann tem corrido atrás dos exames atrasados. Ela tem dois filhos: Ana Laura, de 14 anos, e Lucas, que completou 12 em maio e logo depois foi a um posto de saúde atualizar a vacinação do HPV. “A Ana Laura fez a vacina do HPV aos nove anos, que seria a idade mínima para as meninas, e o Lucas fez agora, aos 11 anos. Agora em dezembro ele completa esse ciclo vacinal. A vacina sempre vai ser importante, acho que todas as vacinas são importantes para a imunização. Além dele estar protegendo a ele mesmo, ele vai estar protegendo aos outros. Acho isso de extrema importância”, pontuou. A principal forma de contágio do papiloma vírus humano é por via sexual, quando há contato direto com a região infectada. Os diversos tipos de HPV infectam pele e mucosa e podem levar a tumores, sendo o câncer de colo de útero o mais frequente. Uma pesquisa publicada na revista científica The Lancet mostrou que mulheres que se vacinaram contra o HPV quando tinham entre 12 e 13 anos tiveram incidência 87% menor do tumor na comparação com as não vacinadas.

Segundo a ginecologista Nelly Kobayashi, cerca de 80% das pessoas com vida sexual ativa vão entrar em contato com o vírus ao longo dos anos. Por isso, é importante se vacinar em idades mais jovens. “Como o HPV é um vírus sexualmente transmissível, há até esse preconceito de achar que vacinar o adolescente vai reforçar ele a ter relação sexual mais precocemente, isso não acontece. É uma vacinação como a de qualquer outro vírus. E é um vírus muito prevalente. Você pode adquirir pela infecção sexual, mas pelo contato da pele ou mucosa de alguém infectado, então não necessariamente só pela relação sexual você está propenso a pegar o vírus”, pontuou. O SUS oferece a vacina contra a HPV para meninas a partir dos 9 anos e para meninos a partir dos 11. A idade limite para receber o imunizante via Sistema Único de Saúde é 14 anos, 11 meses e 29 dias para ambos. No entanto, a baixa cobertura vacinal preocupa. A segunda dose foi aplicada em 55,6% do público feminino e em apenas 36,4% do masculino. “Os homens têm uma prevalência menor de doença, mas eles também são portadores e transmitem. Os homens vão menos ao médico para ver certas lesões, então é importante a gente falar sobre isso, que eventualmente se o homem olhar uma mancha diferente na região tem que procurar o médico e tratar”, disse. Em 2022, o Brasil deve registrar mais de 16 mil novos diagnósticos de câncer de colo de útero e mais de cinco mil mortes pela doença, de acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer.

*Com informações da repórter Nanny Cox


Fonte: Jovem Pan

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