As trocas promovidas em seis ministérios pelo presidente Jair Bolsonaro pegou parlamentares de surpresa. A maioria delas não era prevista pelo meio político. Pelas redes sociais, o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP), disse que as alterações “foram um movimento positivo do presidente Bolsonaro em seu conjunto”. Segundo ele, “a permanência do General Ramos no Palácio reforça a articulação política a cargo da deputada Flávia Arruda”, que assumiu a Secretaria de Governo.
Outros deputados comemoraram a escolha de Flávia Arruda, que é aliada do presidente da Casa, Arthur Lira, e presidiu a Comissão Mista de Orçamento. Porém, muitos parlamentares veem as trocas com reserva. Para o deputado Fábio Trad (PSD), Bolsonaro se entregou ao centrão. “Encerra-se definitivamente o círculo daquele Bolsonaro anti-político, antissistema, anti-fisiologismo. Agora, sem mais nenhum disfarce, ressurge o Bolsonaro presidente do centrão. A voz do sistema que ele fingiu combater, mas o qual sempre dependeu.”
Coordenador da Frente Parlamentar da Segurança Pública, o deputado Capitão Augusto (PL) disse que a escolha do delegado Anderson Gustavo Torres para o Ministério da Justiça “não foi indicada pela nossa Frente, que sequer foi consultada”, mas desejou sorte ao novo ministro. Já o líder do Novo na Câmara, deputado Vinicius Poit, critica a troca no Ministério da Defesa e vê o governo mais próximo do centrão. “A troca no Ministério da Defesa ela se dá pela falta de apoio das Forças Armadas aos desejos controversos e muitas vezes antidemocráticos do nosso Presidente da República. Agora o presidente sofre uma pressão absurda, se desfaz mais ainda da sua pauta ideológica, que só gerou conflitou, e se rende à tão falada governabilidade — o toma lá dá cá.”
Fonte: Jovem Pan