A pouco menos de oito meses para as eleições presidenciais, os principais postulantes ao cargo se articulam para o pleito que é apontado por observadores da cena política como o mais importante da história republicana do país. Enquanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) caminha para oficializar a formação de uma chapa com o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin e as legendas do Centrão acertam os últimos detalhes para profissionalizar a campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL), em uma estratégia distinta daquela adotada em 2018, o PSD de Gilberto Kassab é apontado como fiel da balança para o resultado da corrida eleitoral.
Hábil estrategista, Kassab trabalhou para construir palanques robustos em três dos maiores colégios eleitorais do país: São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Em solo paulista, os planos do ex-ministro dos governos Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB) foram atrapalhados pela aproximação de Alckmin com Lula – o ex-governador deixou o PSDB depois de 33 anos e foi convidado por Kassab para ser o candidato de sua legenda ao Palácio dos Bandeirantes. Por outro lado, no Estado do Rio, o prefeito da capital e presidente do diretório estadual, Eduardo Paes (PSD), costurou uma aliança com o PDT de Ciro Gomes. Em Minas, a sigla trabalha para que o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), derrote o governador Romeu Zema (Novo) e assuma o Palácio da Liberdade, sede do governo mineiro.
Os palanques serviriam para, entre outras coisas, dar musculatura à postulação do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), lançado por Kassab como candidato à Presidência da República. Apesar do desejo do cacique partidário, Pacheco não tem dado demonstrações de que colocará o bloco na rua. O desempenho nas pesquisas, ao menos até aqui, também está aquém das expectativas: em dezembro, o Datafolha apontou o senador com 1% das intenções de voto. Pessoas próximas argumentam que o parlamentar mantém a discrição porque está focado na agenda do Congresso Nacional. Correligionários, porém, apostam que o mineiro sairá de cena nas próximas semanas e focará em sua reeleição para o comando da Casa Alta do Legislativo.
Fonte: Jovem Pan