Covid-19: Evidências para apoiar uso de ivermectina são insuficientes, diz Agência Europeia

Em comunicado, EMA reiterou que não recebeu pedidos para analisar o uso da ivermectina contra a Covid-19

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês) posicionou-se frente ao uso de ivermectina no tratamento da Covid-19. De acordo com o comunicado divulgado nesta segunda-feira, 22, a organização desaconselha o medicamento em quadros de pacientes infectados pelo coronavírus. “Após recentes relatórios de publicações sobre o uso de ivermectina, a EMA revisou as evidências publicadas referentes aos estudos de laboratório, estudos observacionais, ensaios clínicos e meta-análises. Segundo os estudos de laboratório, a ivermectina pode bloquear a replicação do SARS-CoV-2 com doses medicamentosas muito superiores às autorizadas atualmente. Os resultados dos estudos clínicos foram variados, alguns demonstram que o uso da substância não causou nenhum benefício, já outros relatam potencial benefício. A maior parte das pesquisas revisadas pela EMA eram pequenas e possuíam limitações adicionais, como diferentes regimes de dosagem e uso simultâneo de outros medicamentos. Portanto, concluímos que as atuais evidências disponíveis são insuficientes para apoiarmos o uso de ivermectina contra a Covid-19“, registrou a Agência.

Sendo assim, a EMA apontou que os dados obtidos através de suas pesquisas não confirmam a eficácia do remédio no combate ao novo coronavírus. O fármaco é comumente usado no tratamento de infestações de parasitas, como piolho e sarna. “Na União Europeia, os comprimidos de ivermectina são aprovados para o tratamento de algumas infestações de vermes parasitas. Fórmulas preparadas com a substância são aprovadas para o tratamento de doenças de pele, como a rosácea. Para combater parasitas internos e externos, o remédio também está autorizado para uso veterinário em uma ampla gama de espécies animais. Os medicamentos com ivermectina não estão autorizados para uso contra a Covid-19 na União Europeia e a EMA não recebeu nenhum pedido para esse uso”, continuou.

No Brasil, o grupo intitulado “Médicos pela Vida – Covid-19” defende o tratamento precoce do coronavírus com o uso de fármacos como a ivermectina, cloroquina, zinco e vitamina D. Nenhum destes medicamentos possui eficácia científica comprovada contra a doença. O ‘kit Covid’, com todos estes remédios, é defendido pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) e pelo Ministério da Saúde, responsável por administrar a crise de saúde desencadeada pela pandemia no país. Atualmente, o Ministério Público Federal (MPF) investiga a estratégia do governo federal de difundir o tratamento precoce.


Fonte: Jovem Pan

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