Mensagens em posse da CPI da Covid-19 detalham um lobby feito por Francisco Maximiano, dono da Precisa Medicamentos, junto ao então diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, para fraudar uma licitação com o intuito de vender testes de detecção da doença de baixa eficácia ao governo federal. A operação criminosa teve a participação de José Ricardo Santana, que depõe nesta quinta-feira, 26, à comissão, e o advogado Marconny Albernaz Faria, apontado como lobista da Precisa. “Essa é a arquitetura ideal para prosseguir”, diz Maximiano, antes de encaminhar um passo-a-passo a ser seguido pelo servidor da Saúde.
Nas mensagens, do dia 4 de junho de 2020, Francisco Maximiano diz a Albernaz Faria que “a equipe lá dentro está afinada, aguardando o Bob avocar o processo”. “Veja como ficaria o passo a passo”, prossegue o dono da Precisa. Bob é a referência a Roberto Ferreira Dias, que foi saiu preso da CPI da Covid-19. Faria repassou as mensagens a José Ricardo Santana, que, por sua vez, encaminhou o conteúdo das orientações a Dias. Ele só foi exonerado do Ministério da Saúde no dia 29 de junho de 2021, mais de um ano depois, após o policial militar Luiz Paulo Dominguetti denunciar um pedido de propina que teria sido feito por Dias para a compra de 400 milhões de doses da vacina da AstraZeneca. “Como se vê, os negócios da Precisa iam muito além das vacinas”, disse o vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP). A empresa de Maximiano é peça fundamental no caso Covaxin.
Fonte: Jovem Pan