Com o adiamento do depoimento de Francisco Maximiano, dono da Precisa Medicamentos, a CPI da Covid-19 estabeleceu um novo cronograma de depoimentos para a volta dos trabalhos. Para esta terça-feira, 3, está mantida a oitiva do reverendo Amilton Gomes de Paula, autorizado pelo governo do presidente Jair Bolsonaro a negociar a compra de 400 milhões de doses da vacina da AstraZeneca com a Davati Medical Supply. Na quarta-feira, 4, data em que Max, como é conhecido o empresário, seria ouvido, a comissão receberá o tenente-coronel da reserva do Exército Marcelo Blanco, ex-assessor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde. Na quinta-feira, 5, será a vez de Airton Soligo, o Cascavel, “homem forte” e auxiliar informal do ex-ministro Eduardo Pazuello na pasta antes de ser nomeado oficialmente para o cargo de assessor especial – inicialmente, estava previsto o depoimento de Túlio Silveira, advogado da Precisa. O calendário foi confirmado à Jovem Pan pela assessoria de imprensa do presidente do colegiado, Omar Aziz (PSD-AM).
Maximiano viajou para a Índia no dia 25 de julho e foi notificado de sua convocação no dia seguinte. Por isso, a cúpula da CPI da Covid-19 adiou seu depoimento e descartou, ao menos por ora, pedir a condução coercitiva do dono da Precisa Medicamentos. A empresa está na mira da comissão em razão da compra de 20 milhões de doses da Covaxin – após denúncias de irregularidades, a Controladoria-Geral da União (CGU) realizou uma auditoria interna, constatou fraude em documentos enviados pela Precisa ao Ministério da Saúde, e decidiu pela rescisão do contrato. Em seu lugar, será ouvido Marcelo Blanco. Ele participou de um jantar, em um restaurante de Brasília, em 25 de fevereiro, no qual, segundo o cabo da Polícia Militar Luiz Paulo Dominguetti, o ex-diretor de Logística Roberto Ferreira Dias pediu propina de US$ 1 por dose de vacina. Três dias antes do encontro, Blanco abriu a Valorem Consultoria em Gestão Empresarial, uma representante comercial de medicamentos e insumos, que também faz consultoria empresarial. Os senadores querem apurar qual era a relação entre o militar e Dias, servidor indicado ao cargo por parlamentares do Centrão.
Fonte: Jovem Pan