CPI da Covid-19: Reverendo que negociou 400 milhões de vacinas alega motivo de saúde para não depor

Segundo a investigação, em um dos e-mails trocados entre eles, o reverendo teria pedido que o preço da vacina fosse elevado

A mesa diretora da CPI da Covid-19 recebeu nesta segunda-feira, 12, um atestado médico que justifica a “impossibilidade momentânea” do reverendo Amilton Gomes de Paula de comparecer à comissão. O documento, mantido sob sigilo pelos senadores, foi protocolado pelo próprio reverendo no Senado. Tendo a convocação aprovada na quarta-feira, 7, seu depoimento deveria ocorrer na quarta-feira, 14. Amilton Gomes deve prestar esclarecimentos à CPI uma vez que é o fundador da organização Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah), responsável pela negociação da venda da vacina AstraZeneca em nome do governo federal.

Recentemente, a aquisição do imunizante se tornou alvo de suspeitas envolvendo superfaturamento das doses. Até o momento, as especulações apontam que o então diretor de Imunização do Ministério da Saúde, Lauricio Monteiro Cruz, teria autorizado a Senah a negociar 400 milhões de doses da AstraZeneca com a empresa Davati Medical Supply. Segundo a investigação, em um dos e-mails trocados entre eles, o reverendo teria pedido que o preço da vacina fosse alterado, subindo de US$ 5,25 (pagos em janeiro pelo governo federal a um laboratório indiano) para US$ 17,50 por dose.

Adiado devido ao atestado médico, como confirmado pela Jovem Pan, o novo depoimento de Amilton Gomes à CPI ainda não tem data definida para ocorrer. Com a ausência na quarta-feira, a comissão deve ouvir ainda nesta semana a diretora da empresa Precisa, Emanuele Medrades, o ex-assessor do Ministério da Saúde Coronel Blanco e Cristiano Carvalho, o representante da Davati no Brasil.


Fonte: Jovem Pan

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