O senador Marcos do Val (Podemos-ES), suplente da CPI da Covid-19, criticou a postura dos colegas após o depoimento do deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) e de seu irmão, Luis Ricardo Miranda, servidor do Ministério da Saúde, à comissão na sexta-feira, 26. Para ele, a revelação que de Ricardo Barros (PP), líder do governo na Câmara, seria o parlamentar citado pelo presidente Jair Bolsonaro como envolvido em supostas irregularidades na compra da vacina Covaxin, deve ser ser analisada com cautela em virtude do “histórico” do depoente. Durante a oitiva, o senador Marcos do Val tentou mostrar um vídeo, de reportagem do programa Fantástico, da TV Globo, com denúncias contra o deputado Luis Miranda, mas a exibição foi suspensa pelo senador Humberto Costa (PT-PE), que presidia momentaneamente a sessão. “Uma coisa é uma pessoa idónea, com histórico e um passado muito equilibrado e ponderado chegar até você e te fazer uma denuncia, você, com certeza, escuta de uma forma totalmente diferente de alguém que é investigado, processado por vários crimes”, disse do Val, em entrevista ao Jornal da Manhã deste sábado, 26. No intervalo da sessão, o senador e o deputado Luis Miranda se desentenderam.
“Ele começou a dar um depoimento de uma forma muito agressiva, prepotente, se colocando na posição de presidir a CPI. Por muitas vezes, os senadores pediram para parar, separaram ele do irmão, porque um estava passando informação para o outro. Os senadores chegaram a sugerir fazer uma oitiva em datas separadas. Ele estava tumultuando muito”, afirmou o senador. “No intervalo, em consequência do tumulto, ele soube, porque levou alguns assessores que ficaram próximos aos senadores, e chegou até mim e falou: ‘Você vai ter coragem mesmo de mostrar o vídeo?’. Ele chegou dessa forma intimidadora e eu respondi: ‘Deputado, eu vou sim. Eu vou contextualizar e apresentar quem é você’. Nisso, ele se aproximou e falou: ‘Não é você, senadorzinho, que vai fazer isso’. Quando ele falou isso, eu me senti no direito, como senador da República, e fiz, realmente, um movimento de ombro levando ele para frente e dizendo: ‘Você está no Senado Federal e falando com um senador, tenha respeito'”, detalhou do Val sobre o incidente. “Chegaram outros senadores, mas eu estava muito tranquilo, com a mão no bolso. Jamais ia fazer qualquer movimento de agressão, porque eu estou na minha Casa, eu tenho que dar exemplo. Mas eu quis colocar ele no lugar dele. É um cara que a gente tem que dar limites, senão ele avança”, completou.
Fonte: Jovem Pan