Crise de Manaus, Witzel e gabinete paralelo: os depoimentos desta semana na CPI da Covid-19

Senadores querem esclarecer em quais datas o governo federal foi avisado da iminência da crise de oxigênio

Depois da aprovação da quebra de sigilo de diversos alvos das investigações, a CPI da Covid-19 inicia mais uma semana de trabalhos com foco na crise de oxigênio que atingiu o Amazonas nos dois primeiros meses deste ano. Na terça-feira, 15, o ex-secretário de Saúde do Estado Marcellus Campêlo irá depor à comissão. Alvo da Operação Sangria da Polícia Federal (PF), que apura se funcionários da secretaria da Saúde fizeram contratação fraudulenta para favorecer um grupo de empresários locais para a construção de um hospital de campanha, sob orientação da cúpula do governo do Estado, Campelo chegou a ser preso temporariamente na quarta-feira, 2. Os requerimentos que pediram a convocação do ex-secretário foram apresentados pelos senadores Marcos Rogério (DEM-RO) e Alessandro Vieira (Cidadania-SE).

Segundo apurou a Jovem Pan, os senadores pretendem preencher lacunas deixadas pelos depoimentos do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, do ex-secretário-executivo da pasta Elcio Franco Filho e da secretária de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde, Mayra Pinheiro, conhecida como capitã cloroquina. Os parlamentares querem esclarecer em quais datas o governo federal foi avisado da iminência da crise. À comissão, Pazuello afirmou que só teve conhecimento da situação na noite do dia 10 de janeiro. A secretária da pasta, porém, apresentou uma versão contraditória: aos membros do colegiado, ela disse que o general do Exército soube da falta de oxigênio no dia 8 de janeiro. “Eu estive em Manaus até o dia 5 [de janeiro]. O ministro teve conhecimento do desabastecimento de oxigênio em Manaus creio que no dia 8, e ele me perguntou: ‘Mayra, por que você não relatou nenhum problema de escassez de oxigênio?'”, relatou. O depoimento de Campelo também será marcado sobre questões relativas a eventuais desvios de verbas repassadas pela União ao Amazonas e o desenvolvimento do TrateCov, do Ministério da Saúde, que prescrevia medicamentos comprovadamente ineficazes para o tratamento da Covid-19, inclusive, para gestantes e recém-nascidos. Apesar de Pazuello e Mayra terem afirmado que a plataforma foi hackeada, os dois participaram de um evento, no Estado, no qual fizeram o lançamento do aplicativo.


Fonte: Jovem Pan

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