A Cúpula do Clima continua nesta sexta-feira, 23, com discussões sobre a importância do investimento público-privado em inovação para desenvolvimento de uma economia sustentável. Também estão previstos debates sobre a indústria do futuro e como as ações de redução das emissões podem ser atreladas à criação de empregos, garantindo que as comunidades se beneficiem da transição para a energia limpa. Estão previstas as participações de líderes globais, como o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, a primeira-ministra da Noruega, Erna Solberg, e o presidente da Espanha, Pedro Sánchez. Personalidades do meio empresarial também estarão presentes, como Bill Gates e Michael Bloomberg. Nesta sexta, não haverá nenhum representante brasileiro nas discussões. Nesta quinta, além do presidente Jair Bolsonaro, a líder indígena Sineia do Vale também discursou e disse que, neste momento, é preciso ouvir os índios.
A respeito do discurso do chefe do Executivo, a avaliação é que o pronunciamento no evento está dissociado da realidade, segundo o presidente do Instituto de Proteção Ambiental, Carlos Bocuhy. “Tem que haver coerência com relação a metas e projetos, e o Brasil tem desmantelado os seus meios de fiscalização na região da Amazônia. Essa realidade brasileira gera um alto grau de desconfiança quando você tem um discurso que não se respalda na prática”, disse. Por sua vez, Bolsonaro rebateu as críticas. “Lógico que a gente quer diminuir, isso não justifica essa crítica absurda contra o Brasil. Está na cara que é uma questão econômica que está em jogo.”
Os especialistas acreditam que as principais potências iniciam agora uma corrida rumo à recuperação verde da economia, cada vez menos dependente de combustíveis fósseis. Para o Observatório do Clima, uma nova ordem mundial começa a emergir. Nesta quinta, parte dos países presentes falou sobre a necessidade de ampliar as metas estipuladas. Estados Unidos, Japão, Canadá e Reino Unido são algumas das potências que anunciaram novas metas. Os Estados Unidos, um dos que mais emitem poluentes, disse que vai reduzir em 50% as emissões de gases até 2030 e que, em 2050, elas estarão zeradas. O presidente Joe Biden afirmou que esta é, inclusive, uma oportunidade para criar empregos e construir uma infraestrutura melhor para a energia. A China se comprometeu em deixar de usar o carvão com esse fim até 2030. A Alemanha também prometeu o mesmo.
Fonte: Jovem Pan