O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, acredita que o início de um novo ciclo vacinal a cada ano é necessário enquanto o vírus circular pelo país. Na última segunda-feira, o secretário de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, afirmou que no dia 17 de janeiro de 2022 as pessoas vão começar a ser novamente imunizadas. Em contrapartida, o Ministério da Saúde afirmou que “não existe evidência de necessidade” de vacina anual contra a Covid-19. “Nós estamos vendo, novamente, a pandemia crescer na Europa e na Ásia. Tudo indica que esse vírus ainda vai permanecer no nosso meio um tempo. Enquanto circular, na minha opinião, tem necessidade anual de vacinação. Acontece o mesmo com a gripe.” Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, Covas afirmou que a vacina tem duas funções: impedir a circulação do vírus e prevenir contra as variantes. Ele acrescentou que o Instituto Butantan já trabalha, inclusive, com a possibilidade de um imunizante único contra a gripe e contra o coronavírus. Em relação a ButanVac, Dimas Covas diz que ela é uma “vacina 2.0” já que é aperfeiçoada em vários aspectos.
“Ela é produzida em uma plataforma disponível em grandes volumes no mundo, assim como a da gripe. E o Butantan tem a maior fábrica de vacinadas da gripe no Hemisfério Sul. Isso vai permitir total independência do país, que a gente possa mandar doses para países pobres. É mais fácil de ser produzia, é mais barata e deve ter eficiência maior. Até o fim do ano a gente espera ter disponível e autorizada para uso.” A ButanVac tem a vantagem de já incorporar a defesa contra algumas variantes, como a gamma, também chamada de P1. “Todas as vacinas estão sendo atualizadas. Há essa necessidade para permitir melhor resposta imunológica para controlar a pandemia de forma mais eficiente.” Sobre os chamados “sommeliers de vacina”, Covas afirmou que isso mostra um grande desconhecimento de como os imunizantes atuam. “Todas [as vacinas] são altamente eficientes contra a doença e protegem das formas mais graves, do óbito. Todas elas. Todas foram aprovadas pela Anvisa, passaram por crivo de qualidade de que são adequadas para combater a Covid-19. É um grande ato de ignorância, a pessoa não sabe o papel da vacina. Precisamos vacinar 80% da população adulta com duas doses, seja da vacina A ou B.”
Fonte: Jovem Pan