O pronunciamento do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), em resposta às manifestações bolsonaristas desta terça-feira, 7, reforçou a percepção de lideranças do Congresso de que, neste momento, apesar da mobilização de alguns partidos políticos de centro, como o PSD, o PSDB e o Solidariedade, a possibilidade do presidente Jair Bolsonaro ser alvo de um processo de impeachment é residual. Na avaliação de um correligionário, a fala do parlamentar do PP “jogou água no chopp” de um grupo de congressistas.
Deputados que são próximos a Lira costumam dizer que, embora não haja dúvidas de que Bolsonaro cometeu diversos crimes de responsabilidade ao longo do mandato, a decisão sobre a abertura de um processo de impeachment depende, sobretudo, de condições políticas, como a presença massiva de opositores do governo federal nas ruas. Reservadamente, parlamentares também afirmam que, enquanto tiver o controle de um montante expressivo em emendas, o que lhe garante influência junto aos pares e pode pavimentar seu caminho na busca pela reeleição para o comando da Casa, por exemplo, o presidente da Câmara dos Deputados não irá se voltar contra o mandatário do país. “Isto não quer dizer que o Centrão não pensa em pular do barco. Mas significa que, por ora, o governo ainda tem o que oferecer”, resume um aliado.
Fonte: Jovem Pan