Ditadura da Nicarágua prende diretor do jornal opositor ao regime de Ortega

Diretor do La Prensa foi preso na Nicarágua após polícia tomar prédio da publicação

O diretor do jornal nicaraguense La Prensa, Juan Lorenzo Holmann, foi preso às 3h da madrugada deste sábado, 14, após 19 horas de uma ocupação policial iniciada na sexta-feira, 13, na sede da publicação, em Manágua. A alegação da Polícia Nacional é que os diretores do veículo de comunicação opositor ao regime de Daniel Ortega são investigados por “fraude aduaneira e lavagem de dinheiro”. Holmann foi levado para a prisão de “El Chipote”, supostamente para assinar documentos, escreveu nas redes sociais o jornalista Carlos Fernando Chamorro, primo dele. A ação ocorreu um dia depois de o veículo denunciar a retenção de papel por autoridades aduaneiras e suspender sua circulação impressa. Policiais entraram nas instalações do diário por volta do meio-dia de sexta-feira. Veículos ligados ao governo publicaram em suas redes sociais fotos do depósito do jornal, onde afirmaram que existe material abundante para prosseguir com o trabalho de impressão, embora o veículo tivesse denunciado o confisco. Funcionários alegaram que a quantidade de papel não era suficiente para imprimir uma edição.

A três meses das eleições, Holmann eleva para 33 o número de críticos do regime de Daniel Ortega presos, entre eles Cristiana Chamorro, vice-presidente do La Prensa e uma dos sete candidatos à presidência presos. Por meio das redes sociais, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) afirmou que o servidor interno do jornal foi suspenso durante a operação. “O acesso à internet foi cortado e seus trabalhadores ficaram incomunicáveis, afetando gravemente o livre exercício da liberdade de expressão na Nicarágua”, diz a publicação. Em seguida, a CIDH declarou que condena o que classificou como uma “constante perseguição à imprensa na Nicarágua”. “As pressões diretas ou indiretas destinadas a silenciar o trabalho da imprensa afetam o debate democrático e são incompatíveis com o direito à liberdade de expressão”, concluiu.


Fonte: Jovem Pan

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