Dois anos de Covid-19: Fim da pandemia ou nova onda? O que esperar para 2022

Com a Ômicron, úvidas sobre a transmissibilidade do coronavírus e o possível escape da mutação às vacinas prejudicam as análises futuras

Dois anos após a primeira infecção pelo SARS-COV-2, o vírus causador da Covid-19, cientistas e autoridades do mundo se debruçam para estudar os possíveis rumos da pandemia. Com o surgimento da variante Ômicron, identificada pela primeira vez na África do Sul, os planos de flexibilização das medidas sanitárias, com reabertura dos comércios, retomada de shows, eventos e do turismo internacional, dão lugar a novos bloqueios e exigências, entre elas, a de comprovação da vacinação contra a doença. Neste cenário, especialistas se desdobram para responder a dúvida que ainda persiste: o que esperar da crise sanitária no próximo ano? É possível pensar em fim da pandemia ou devemos vivenciar novas ondas da Covid-19? Afinal, o ano de 2022 nos reserva o retorno do Carnaval ou um novo lockdown?

No geral, a avaliação sobre o futuro da pandemia é nebulosa. Um dos motivos para essa dificuldade nas projeções é justamente a recente descoberta, e o avanço, da Ômicron, já presente em mais de 75 países. Com a nova cepa, dúvidas sobre a transmissibilidade do coronavírus e o possível escape da mutação às vacinas prejudicam as análises e tornam os cenários mais dinâmicos, explica Marília Turchi, infectologista do Laboratório Padrão/Grupo Pardini. Segundo ela, a situação em 2022 vai depender de múltiplos fatores, como o alcance da cobertura vacinal e o surgimento de novas cepas. Mas a notícia positiva é que o mundo chega “mais preparado” para enfrentar a Covid-19 no próximo ano. “É um grande alento começar 2022 com esses ganhos que a ciência trouxe. Se a gente pensar em 2020, quando a testagem era difícil, e em 2021, onde as vacinas ainda estavam começando a ser utilizadas, vemos um cenário muito mais preparado.”

Esse rol de ganhos da ciência nos dois primeiros anos de pandemia, citados por Turchi, se traduz nos resultados positivos das vacinas, mas também nos avanços para o tratamento da doença, como a pílula antiviral produzida pela Pfizer, que apresentou 89% de eficácia contra casos graves e mortes em decorrência da infecção. Aos olhos dos especialistas, a avaliação é que embora seja prematuro e até inconsistente falar sobre o “fim da pandemia”, o mundo já conhece as medidas necessárias para avançar rumo ao controle do coronavírus, evitando o surgimento de novas ondas da doença “Não é momento de dizer que acabou, porque não passou, mas temos um arsenal que nos permite enfrentar a Covid-19 melhor, com vacinas, testagem e máscaras, porque elas ainda se fazem necessárias, considerando a baixa cobertura vacinal. É momento de ter alerta, não pânico. Ter controle, vigilância e adesão às medidas que já mostraram que são efetivas”, diz a Marília Turchi.


Fonte: Jovem Pan

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