A oposição a João Doria no PSDB dificulta o caminho do governador de São Paulo nas prévias tucanas à presidência da República. Sem surpresas, ele confirmou sua participação nas eleições internas da legenda, ao lado do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, o senador Tasso Jereissati, do Ceará, e o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio Neto. “Entendo que as prévias agravam, somam, fortalecem e ativam a candidatura daquele que for o vencedor e em nome do PSDB poderá dialogar com os demais partidos para a disputa presidencial em 2022.”, disse. O governador paulista brigou abertamente com o presidente Jair Bolsonaro, fez esforços em defesa da vacina contra a Covid-19, iniciou a vacinação no Brasil e pretende terminar a imunização primeiro no país. Mesmo assim, o caminho idealizado por Doria para caminhar automaticamente como candidato da legenda não se concretizou. O político não consegue alavancar nas pesquisas de intenção de voto, diferente do ex-presidente Lula, por exemplo, que disputa cabeça a cabeça as projeções de votos com Bolsonaro, após aval do Supremo Tribunal Federal (STF).
Por outro lado, a imobilidade de João Doria nas pesquisas motiva seus adversários no partido. O governador de São Paulo defendeu a expulsão de Aécio Neves da legenda após os escândalos envolvendo a Justiça e a candidatura de Arthur Lira à Câmara dos Deputados. A antecipação da permanência de Bruno Araújo à frente da presidência da legenda veio na sequência. Doria tentou alterar as regras da prévia, mas nessa semana, a Executiva Nacional do PSDB definiu o modelo com a rejeição da proposta dos aliados do governador de São Paulo, em apoio absoluto ao modelo elaborado pelo ex-deputado Marcus Pestana, justamente de Minas Gerais. Doria queria que os filiados tivessem o mesmo peso na votação interna, independente de cargo eletivo, e agora terá de definir nova estratégia para vencer a disputa marcada para o dia 21 de novembro.
Fonte: Jovem Pan