O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), afirmou nesta quarta-feira, 16, que poderá continuar no PSDB se o partido prometer “zerar o jogo” na escolha do candidato à Presidência da República. Cortejado pelo PSD de Gilberto Kassab, o gaúcho foi preterido pelo governador João Doria (PSDB) nas prévias da legenda para definir o pré-candidato ao Palácio do Planalto. Como a candidatura do paulista ainda não decolou em razão da alta rejeição de Doria nas pesquisas, Leite espera que o PSDB abra caminho para que ele entre na disputa pela vaga de postulante da terceira via – PSDB, União Brasil e MDB devem realizar uma eleição para escolher um candidato único do bloco. A ideia de Leite é entrar no pleito como uma das opções do PSDB.
Em coletiva de imprensa nesta quarta-feira antes de evento da Federasul, o governador tentou limpar a imagem de “mau perdedor” e comentou o baixo desempenho de Doria. “Eu respeitei as prévias do PSDB. Logo depois das prévias, eu visitei o vencedor, o governador João Doria, me coloquei à disposição, questionei a ele, justamente, qual era o seu projeto”, respondeu Leite. Para ele, é preciso pensar em alternativas para o nome de Doria, que, quatro meses após as prévias, não caminhou como a legenda esperava. “As pesquisas demonstram que é difícil. Mesmo em seu Estado, o maior da federação, ele apresenta dificuldades nas pesquisas. Isso precisa ser contornado. Já vamos fechar quase quatro meses que as prévias se realizaram e não só não ter crescido, como ter reduzido a sua intenção de voto nas pesquisas, gerou a busca por alternativas por uma série de lideranças políticas”, justificou Leite, que disse que essas pessoas enxergaram nele essa alternativa. “Não foi algo que eu procurei, eu fui procurado.”
Ao ser questionado se sentiria confortável em ser o candidato do PSDB mesmo após perder as prévias, Leite argumentou que, se a sigla está aberta a apoiar alguém do MDB ou do União Brasil, discussão sobre um outro nome do próprio PSDB também é uma possibilidade. “Tem um grupo de lideranças políticas que discute essa sucessão, fala sobre composição entre partidos, inclusive o PSDB falou, junto dos outros partidos com quem discute coligação, sobre jogo zerado. Vamos dizer ou o João e o partido tem a disposição de conversar, inclusive, sobre uma candidatura liderado por outro que seja do PSDB, por que não discutir dentro do próprio partido?”, questionou. Na última terça-feira, 15, o governador se encontrou com Kassab e depois seguiu para uma reunião com lideranças tucanas. “Eu vou usar a pista toda. Se eu tenho tempo para tomar uma decisão mais madura, eu não quero entrar nesse processo para congestionar a terceira via“, afirmou. A decisão do governador gaúcho deve ser tomada até a semana que vem.