Na semana em que o Supremo Tribunal Federal (STF) irá começar a analisar a ação que questiona a possibilidade de reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Davi Alcolumbre (DEM-AP) para as presidências da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, respectivamente, partidos do chamado Centrão intensificaram as articulações para tentar frear o processo. Uma das iniciativas tomadas foi a elaboração de uma “carta à nação brasileira”, escrita pela direção nacional do Progressistas (PP), que coleta assinaturas de dirigentes partidários “representantes das mais diversas tendências políticas e ideológicas”. No documento, ao qual a Jovem Pan teve acesso, as siglas afirmam que permitir a recondução às cadeiras mais importantes do Legislativo seria um “casuísmo tacanho que não combina com a tradição do Supremo Tribunal Federal, guardião dos princípios da República Federativa do Brasil e sempre atento à harmonia e ao equilíbrio institucional contra atitudes individualistas de extrapolação e excessos do exercício do poder”.
Como a Jovem Pan revelou com exclusividade, o PP oficializou, em reunião nesta terça-feira, 1º, o nome do deputado Arthur Lira (PP-AL) como candidato do partido à Presidência da Câmara dos Deputados. Expoente do Centrão, Lira se tornou um importante aliado do presidente Jair Bolsonaro no Legislativo. Na avaliação de um integrante do Centrão, ouvido reservadamente pela Jovem Pan, a carta elaborada pela direção do PP tem o objetivo de mostrar a Maia que, mesmo que o STF dê o aval para a sua reeleição, o pleito “não será fácil”. “Alguns parlamentares que apoiam uma eventual reeleição de Maia exigem, ao mesmo tempo, que ele abra mão disso para permitir a rotatividade de poder na Câmara”, afirma. Ainda segundo este deputado, uma candidatura forte ao comando da Câmara passa “benção” de Rodrigo Maia. A eleição ocorrerá em fevereiro de 2021.
Fonte: Jovem Pan