O Senado Federal promoveu, nesta segunda-feira, 14, um debates para discutir a eficiência do passaporte vacinal. A sessão, presidida pelo senador Eduardo Girão (Podemos-CE), aliado do Palácio do Planalto na CPI da Covid-19, contou com a presença de deputados estaduais, médicos infectologistas e neurologistas. Além da crítica à implementação da obrigatoriedade da vacinação, alguns participantes atrelaram a aplicação dos imunizantes contra a Covid-19 ao risco de desenvolvimento de novas doenças, como câncer e Aids. O médico neurologista, Paulo Porto, alegou que “a vacina da Pfizer tem um risco de trombose, de miocardite com a primeira dose ao redor de 0,13%; com a segunda dose, isso pula para 0,72%”. “Então, nós vamos ficar indicando 200 doses para quê? Até chegar nos 100% de risco de efeito adverso?”, questionou. Todas as vacinas aplicadas no Brasil foram aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que atesta a segurança dos imunizantes. Além disso, um levantamento feito pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) aponta que 90% dos pacientes internados na rede pública com Covid-19 são pessoas não vacinadas ou que estão com o ciclo de imunização incompleto.
Roberta Lacerda, infectologista, também fez um discurso contra o imunizante da farmacêutica norte-americana, citando outros casos em que, segundo ela, as vacinas foram desacreditadas. “Assim como o doutor Paulo Porto comentou, o ‘Pfizergate’ é um dos escândalos maiores da indústria farmacêutica e não é o primeiro da Pfizer, que pagou uma multa milionária mundial por suborno a médicos e também esteve envolvida num escândalo com mais de 300 óbitos por válvulas cardíacas não funcionantes. E isso não é novidade na indústria farmacêutica. Houve outras que venderam plasma de paciente com HIV, a despeito das recomendações do FDA, e, só depois de 20 anos, isso foi reconhecido”, afirmou. Lacerda participou da audiência pública do Ministério da Saúde que debateu a vacinação do público infantil e também se opôs à inclusão das crianças no Plano Nacional de Imunização.
A deputada estadual de São Paulo, Janaina Paschoal (PSL), participou do debate e também se opôs à implementação da obrigatoriedade da população. Segundo a parlamentar, impedir alunos universitários de realizar matrículas e demitir funcionários por não se vacinarem, pode ser entendido como uma “vacinação forçada”. “Não estou aqui falando contra a vacina – a minha família está praticamente toda vacinada –, mas é um produto novo. As penas que estão aplicando aos não vacinados neste país são mais graves do que as penas alternativas que aplicam aos criminosos. Eu desconheço um caso criminal em que a pena alternativa tenha sido demitir, salvo se o crime tiver a ver com a função. Eu desconheço um caso criminal cuja pena seja perder a guarda de filhos, como já há magistrados dizendo que vão decretar. Até de estuprador de criança dentro da família é difícil a gente tirar a guarda”, afirmou.